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Como é viajar para Paranapiacaba com o trem do Expresso Turístico

Um dos passeios mais legais que já fiz, em família, foi o Expresso Turístico para Paranapiacaba. Fomos no começo de novembro de 2015 e é algo que gostaríamos de repetir.

Expresso Turístico é um serviço ferroviário da CPTM que, de acordo com o site do programa, funciona desde 2009. Ele é coordenado pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, e seu objetivo é “integrar pontos de interesse turístico localizados ao longo da malha férrea”. Atualmente, são três os destinos: Jundiaí, Mogi das Cruzes e Paranapiacaba, todos localizados na Grande São Paulo.

A questão histórica é o que mais chamou a minha atenção. Afinal, existem outros meios para se chegar até Paranapiacaba, mas poucas oportunidades para conhecer mais deste serviço que tanto fez parte da história do país. Se hoje pensamos no meio de locomoção urbano, os trens marcaram, literalmente, o desenvolvimento do Brasil e muito do que conhecemos hoje da região Sudeste.

O passeio foi mais uma oportunidade para conhecer detalhes que passam desapercebidos. Estão escritos nas aulas de História mas esquecidos depois da formatura.

Embarque na Estação da Luz

Depois de comprar as passagens, com uma boa antecedência, na Estação da Luz, embarcamos na mesma estação às 08h30. É recomendado chegar na plataforma com meia hora de antecedência, e foi isso o que fizemos.

O embarque acontece nas mesmas plataformas da CPTM e chegar até elas é bem fácil. Basta seguir as placas e buscar por um trem que destoa de todos os outros.

Divulgação/Expresso Turístico CPTM

Chegando lá, vemos a composição – dois carros da década de 50, movidos a diesel – com vagões reformados e um que retrô. A ideia de estar em algum momento do século passado se confirma quando avistamos os funcionários. Eles vestem roupas temáticas e te ajudam a embarcar, localizando seus assentos – marcados na hora da compra da passagem – na composição.

Pontualmente, o trem saiu com lotação máxima. O passeio atrai muitas famílias e turistas, que viajam em bancos antigos que parecem saídos de um filme.

Expresso Turístico

O trem em si é simples. Com muitas tonalidades de amarelo, conta com duas fileiras de assentos móveis. É possível ficar com quatro lugares virados uns para os outros ou em uma fila de dois em dois lugares. Como estávamos em quatro, ficamos todos uns de frente para os outros.

A composição conta com banheiros no fundo e nada além disso. Não espere um trem de viagem inspirado no Expresso do Oriente. Mas algo confortável, simples e com tudo o que precisa para um trajeto de uma hora e meia.

Se você quiser dormir, o que provavelmente vai acontecer durante a volta, é só fechar as cortinhas vermelhas e aproveitar o embalo do trem.

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Detalhes da viagem

O trem segue pelo mesmo caminho da Linha 10 – Turquesa da CPTM, sentido Rio Grande da Serra. Com velocidade moderada e tudo muito tranquilo, o caminho até a última estação tem a mesma paisagem das linhas de trem. E tudo começa a mudar no trecho entre Rio Grande da Serra e Paranapiacaba.

As janelas passam a mostrar trechos de serra, cobertos pela mata nativa, que diminuem a sensação térmica e mudam completamente a atmosfera da viagem. Se antes a paisagem urbana não fazia do passeio algo tão diferente – obviamente, tirando toda a questão do trem em si – tudo muda quando as árvores substituem os muros.

O dia já estava mais frio do que o esperado para o mês de novembro, e isso ajudou a compor a estética do dia. Em pouco tempo a névoa característica de Paranapiacaba embaçou os vidros e nos fez entender que estávamos chegando.

Logo construções abandonadas começaram a aparecer, e quando a névoa não nos deixava ver muito além de dois metros, o trem parou e estávamos na estação de trem.

Paranapiacaba

A primeira impressão que a vila passa é de ser uma cidade fantasma. Afinal, o que o combo névoa, casas antigas e construções abandonadas dá a ideia?

Mas a nossa visita à Paranapiacaba eu ainda vou contar em uma publicação separada, com todos os lugares que visitamos e minhas impressões.

Expresso Turístico

Trajetos: São Paulo – Jundiaí; São Paulo – Paranapiacaba; São Paulo – Mogi das Cruzes

Valores*: para todos os trajetos, uma passagem custa R$ 48, mas existem alguns “combos”. Um usuário e um acompanhante pagam R$ 80, um usuário e dois acompanhantes pagam R$ 112 e um usuário e três acompanhantes, R$ 144.

Para quem embarcar na estação Celso Daniel rumo a Paranapiacaba, o valor unitário é de R$ 43. Duas pessoas pagam R$ 75, três pagam $107 e quatro pagam R$ 139.

Como comprar? “A passagem do Expresso Turístico pode ser adquirida nas bilheterias das estações Luz e Prefeito Celso Daniel-Santo André, das 9h às 18h. Aos sábados e domingos, a bilheteria da Estação da Luz funciona a partir das 7h”, explica o site do passeio.

Eu recomendo comprar com alguma antecedência, já que as vagas costumam ser concorridas. No próprio site é possível consultar a ocupação do trem.

Datas: as datas variam ao longo do ano, porém, existe uma ordem. As viagens acontecem aos sábados para Mogi e Jundiaí e aos domingos para Paranapiacaba. Os trem partem sempre às 08h30.

De acordo com o site do Expresso Turístico, o primeiro, terceiro e último sábado do mês são reservados para Jundiaí. O passeio para Mogi acontece no segundo sábado, enquanto os trens rumo a Paranapiacaba partem todos os domingos.

*tarifas consultadas em janeiro de 2018.

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