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Como é viajar entre Madrid e Paris com a low cost Transavia

Voltar para a Europa implicava diretamente em voltar para Paris. A cidade é minha segunda casa. Ponto.

Mas para isso, eu precisei adaptar o meu orçamento às possibilidades de transporte no continente. Meu destino principal era a Espanha, e para atravessar o país e chegar até Paris, eu só tinha uma opção viável: voar com uma low cost.

Depois de anos lendo sobre a Ryanair e a EasyJet, foi a minha vez de comprar as passagens ultra baratas. Para a data que eu queria — só o 14 de julho, rs –, a possibilidade mais em conta era uma passagem de Madrid para Paris com a Transavia, low cost da Air France e KLM, por 54 euros.

Ou eu poderia fazer o mesmo trajeto com a Iberia, um pouquinho mais cara, chegando mais tarde e pelo Charles de Gaulle, enquanto a Transavia me deixava no Orly, que no caso, eu já conhecia. Optei pela Transavia, sabendo que só poderia embarcar, sem pagar a mais, com uma mala de mão.

Sendo que essa companhia tem um certo diferencial: não existe artigo pessoal. Ou você enfia sua bolsa com documentos e celular na mala, ou paga por isso. Risos.

Embarque no Aeroporto de Madrid

Dia 14 eu saí às 08h de Salamanca, cheguei duas horas depois na estação Chamartín, em Madrid, peguei meu Combinado Cercanías e fui até o Aeroporto de Madrid.

Aeroporto de Madrid-Barajas

Cheguei no Terminal 4 e peguei um ônibus gratuito para outros terminais do aeroporto, que ficam bem afastados deste.

Foi uma bela de uma maratona e eu já estava cansada antes de atravessar o terminal 1, onde a Transavia opera com apenas duas mesas de check-in. E foi ali que eu percebi que estava viajando com uma low cost.

Ônibus gratuito entre os terminais de Barajas

Cheguei na fila cerca de três horas antes do voo e a fila já estava gigantesca, sem nem mesmo um funcionário da companhia para dar quaisquer informações ou simplesmente estar lá.

Depois de muito aguardar e passar mal, pensando que minha mala ultrapassaria os 10 kg, eu fiz o check in, com o peso no limite (amém coisas que eu deixei no hostel de Salamanca ou só joguei fora mesmo) e uma surpresa boa.

Como eu não podia escolher meu assento sem pagar, já estava ciente que cairia no que o moço do check in me colocasse. Eu só não contava que praticamente todos os outros passageiros escolheriam seus assentos antes.

Com o voo lotadíssimo, consegui um assento na primeira fileira da aeronave, o que significa um super espaço extra para as pernas.

 

Passar pela segurança foi tranquilo e, depois de almoçar no 100 Montaditos, fui para o portão de embarque, que estava relativamente cheio, mas com algumas cadeiras disponíveis.

O pequeno caos começou na hora do embarque. Como sempre nessa viagem, fui uma das primeiras da fila (prioridade para colocar a mala de mão no compartimento), e ali foi tudo tranquilo. Detalhe: ali as malas de rodinha recebem um selo para que, caso o compartimento fique lotado, elas sejam remanejadas para o porão.

Mas a fila para entrar no avião foi formada antes dos passageiros anteriores deixarem a aeronave. Então a situação ficou levemente chata. E quando demorou mais de meia hora para andarmos rumo ao finger, todos já estavam bem estressados.

 

Por fim, consegui entrar e logo me acomodei no assento do corredor da primeira fileira, bem feliz com isso. Depois de um pequeno caos para todos entrarem e a conferência de praxe dos funcionários do aeroporto, o avião ainda ficou um belo tempo taxiando antes de decolar.

Configuração 3-3 do Boeing 737-800 da Transavia

Voo Madrid > Paris

Paris e Madrid estão separadas por duas horas de voo, então nós mal decolamos e os comissários, sempre muito simpáticos, começaram o serviço de bordo, que como em todas as low costs, era pago. Dispensei o lanche, já que tinha acabado de almoçar, e foquei em editar algumas fotos de Salamanca durante o caminho.

 

O céu estava limpo e eu consegui fazer um pouco do que amo em voos diurnos: olhar para baixo. Deu pra ver o mar e boa parte da extensão espanhola e francesa entre as capitais, por mais que eu estivesse no corredor.

Sobre o assento, não tenho o que reclamar. Não era exatamente confortável, mas como eu tinha um assento especial, cujo preço era o mais alto de todos, foi muito tranquilo passar duas horas por ali.

 

Desembarque em Orly

Para minha tristeza, o desembarque foi remoto, o que significou alguns minutos dentro daquele ônibus pequeno e desconfortável, andando por entre as aeronaves.

Ônibus do desembarque remoto em Orly

No mais, como eu não tinha que esperar por uma mala na esteira ou passar pela imigração, em poucos minutos eu estava comprando minha passagem do metrô para chegar até o meu hostel.

Como sair do aeroporto Orly e chegar até o centro de Paris

Sair de Orly é sempre caro. Você sempre pode pegar um Uber ou um táxi, mas se quiser economizar um pouco, existem dois serviços um pouco mais em conta.

O primeiro é o ônibus OrlyBus, que custa 8,70 euros, sai de 20 em 20 minutos e conecta o aeroporto à estação Denfert-Rochereau, que atende às linhas RER A e B e 4 e 6 do metrô. Ela fica ali do lado das catacumbas, mas provavelmente você vai ter que pegar o trem ou o metrô para chegar até a sua acomodação, o que vai te custar mais 1,90 euro.

A segunda opção é pegar o ORLYVAL, um sistema de monotrilho que liga os dois terminais do aeroporto – Orly Sud e Orly Ouest — à estação Antony, que serve ao RER A e B. Você paga 13,25 e pode fazer todas as baldeações que precisar, dentro do sistema de trens e metrô, até seu destino final.

A última foi a minha escolha, e em cerca de meia hora desci na estação Luxembourg. Dei de cara com o Jardin du Luxembourg, comecei a chorar e não me arrependi de não ter feito mais baldeações para descer em uma estação mais próxima do meu hostel.

Isso porque o metrô de Paris é caótico. Ele conta com muitas linhas e estações que, de fato, servem muito bem à cidade. Mas ele é antigo, sujo, quente, lotado e tem estações enormes, mal planejadas e muitas sem escadas rolantes ou elevadores. O que complica a situação de turistas com malas de rodinha.

Então, preferi só baldear uma vez, em Antony, e descer um pouco mais distante do Young & Happy Hostel, que fica ali no Quartier Latin, do lado da estação Place Monge.

O que é assunto para o próximo post.

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