Europa,  França,  Paris,  Roteiros,  Viagem Internacional

Roteiro perfeito para cinco dias inteiros em Paris

Paris tem uma quantidade absurda de coisas para ver, fazer e apreciar. E depois de morar na capital francesa e voltar por alguns dias cinco anos depois, considero que cinco dias por lá é o período ideal para quem ainda não conhece a cidade.

Em cinco dias é possível conhecer os principais museus e atrações e ainda ter um tempinho de sobra para flanar, afinal, você está em Paris e não poderia ser mais clichê. E esperto. Porque a mágica da cidade não está na Torre Eiffel. Mas nos detalhes. Que você só percebe se perdendo pelas ruas (seja as mais estreitas do centro ou as largas avenidas do Boulevard Haussmann).

Algumas dicas gerais

Antes de tudo, anote algumas coisinhas aí:

1. O melhor jeito de andar por Paris é pelo metrô. Ele é antigo, nada funcional, mal planejado, quente, lotado e nem um pouco cheiroso, mas é barato e cobre toda a cidade. Você não precisa pagar um Uber para ficar preso no trânsito, acredite na tia Camille.

2. Compre ingressos antecipados para as atrações mais lotadas. Torre Eiffel? Museu do Louvre? Palácio de Versalhes? Compre antes, pela internet. Você não quer perder tempo nas filas intermináveis da cidade que mais recebe turistas no mundo.

3. Não assine petição alguma em lugar nenhum. Principalmente na Champs de Mars, o enorme jardim na frente da Torre, uma série de pessoas ficam atrás de você, com uma prancheta e caneta na mão, pedindo assinaturas, que na verdade é só mais um golpe para roubar seus pertences. Não dê atenção e seja firme com as pessoas, é o único jeito de elas te esquecerem.

4. Tome cuidado com a sua bolsa. Os ladrões de carteiras são profissionais em Paris e fazem o impossível, como roubar minha carteira, às 06h da manhã no metrô, sendo que minha mochila sempre anda na frente do meu corpo. Não descuidem disso.

5. Respire fundo e não seja tomado pelo FOMO. Paris é linda, maravilhosa e tem mil coisas te esperando. Mas você não precisa — e nem quer — fazer tudo. Eu sei que é difícil lidar com essa ansiedade coletiva de ticar todos os itens na lista mundial do turista que finalmente foi a Paris. Mas respire fundo. Você provavelmente vai pra capital francesa mais do que uma vez só na vida. E lembre-se do que eu disse lá em cima: ela tem muito mais a oferecer longe das hordas de turistas que pouco querem saber da importância da Notre Dame e seu estilo gótico para a arquitetura ocidental. Eles só querem a foto perfeita. E eu espero que você queira muito mais.

Roteiro-base para a sua viagem

Como é de praxe, lembro que esse é apenas um roteiro-base, que pode e deve ser adaptado de acordo com as suas preferências, gostos e possibilidades no momento. Lembrando também que sempre deixo algumas opções a mais, como outras sugestões para a sua viagem.

Dia 1 |Quartier Latin, Notre Dame, Jardin du Luxembourg, Saint Sulplice, Sorbonne, Panthéon

Comece pelo centro de Paris. A região mais antiga da cidade concentra uma série de pontos turísticos e, ao mesmo tempo, milhares de cantinhos nem um pouco lotados de excursões de outros países.

Eu começaria o percurso pela Notre Dame. Ela fica exatamente no marco zero de Paris (que fica marcadinho no chão) e dispensa apresentações, né? A maior representante do estilo gótico tem entrada gratuita, e por isso, forma filas gigantescas todos os dias.

A boa notícia é que ela costuma andar rápido, e dentro de poucos minutos você vai poder ver com os próprios olhos uma das construções mais lindas que eu já vi. E se tiver sorte, como eu tive dessa segunda vez, ainda vai presenciar uma missa. No meu caso, o padre, negro, começou a missa com uma fala emocionante sobre diversidade e preconceito. Às vezes a vida nos presenteia com esse tipo de coisa.

Depois da Notre Dame, seja turistão e entre na Shakespeare & Co, que fica bem ali na frente, porque a livraria é linda, tem uma história incrível e gatos (só não mexa com eles). Aproveite também para conhecer as ruas fofíssimas da Île Saint-Louis, a uma ponte de distância da catedral.

Desbravadas as ilhas, volte para o continente e se perca. Esse é meu principal conselho. As ruas do Quartier Latin são as mais lindas de Paris, na minha opinião, e eventualmente você vai encontrar todos os outros pontos turísticos da região.

É impossível perder o Panthéon de vista (e aproveitar para conhecer a Igreja Saint-Étienne-du-Mont, lindíssima e literalmente do lado do Panthéon). O Jardim de Luxemburgo vai chamar a sua atenção. A Fointaine Saint-Michel muito menos.

Eu prestaria um pouco de atenção para encontrar a Sorbonne. E também não deixe de seguir para a região de Saint-Germain. Se o Quartier Latin tem cinemas de ruas e livrarias a perder de vista, com um clima acadêmico gostoso, Saint-Germain é mais chique. E ainda tem a Igreja Saint Sulpice para você conhecer.

Para colocar na lista: Musée de Cluny, Arenes de Lutèce, Odeón e Musée Curie.

Dia 2 | Museu do Louvre, Jardin des Tulieres, Madeleine, Place Vendôme e Montmartre

Se você andou sem rumo no primeiro dia (e acabou conhecendo milhares de lugares legais no centro), chegou a hora de passar para a margem direita com alguns objetivos mais bem definidos. E um deles é o Museu do Louvre.

Conhecê-lo é uma experiência. Então pegue todas as dicas que eu já dei nesse post aqui e divirta-se! Depois, vá ao Jardin des Tulieres e sente em algum banco para descansar. E absorver toda a cultura que foi jogada contra seus olhos nas horas anteriores.

Dali, eu recomendo rumar ao 8éme arrondissement, que no caso é bem chique e rico. Comece passando pela Rue de Castiglione até chegar na Place Vendôme. Amantes de moda não precisam de mais explicações, mas ali (e em todo seu entorno) você vai encontrar lojas e ateliês das maiores marcas francesas, além de, e principalmente, estar na frente do Ritz, onde Coco Chanel morou.

Absorva essa parte icônica de Paris e perceba, nas pessoas que andam por ali, uma das formas como a moda parisiense acontece. Você vai passar a enxergar esse mundo com outros olhos.

Ande mais um pouco e chegue na Igreja da Madeleine, que vale a visita tanto quanto seus arredores.

Para finalizar a tarde, pegue o metrô e conheça Montmartre. O bairro não é o meu favorito em Paris, mas confesso que ele é todo charmoso. Ande por suas ruas e escadarias, consiga fotos lindas, visite a incrível Sacre Coeur e, agora, seja turistão: sente na escada da frente da igreja e veja o sol se pôr com uma das vistas mais lindas de Paris.

Para colocar na lista: Mur des Je t’aime, Palais Borghèse, Rue Saint Honoré e Place du Tertre.

Dia 3 |Musée d’Orsay, Rue de Rivoli, Les Halles, Le Marais e Bastilha

No terceiro dia, continue na rive droite e comece visitando um dos principais museus de Paris. Eu ainda não fui ao Musée d’Orsay, mas te encorajo a fazer o contrário! Passe a manhã nele e, logo depois, continue para algumas horas de pura caminhada por algumas regiões incríveis da cidade.

Rue de Rivoli, mais conhecida como a rua do Louvre, concentra um número absurdo de lojas como a H&M, Zara, Stradivarius e Urban Outfiters. É gostoso andar pelo centro comercial, seja para fazer compras ou não, até a região de Hotel de Ville, que é a prefeitura de Paris.

Na sua frente está o BHV, um shopping nos modelos da Galeries Lafayettes, que eu recomendo conhecer principalmente por causa da Paperchase, uma papelaria incrível.

Depois dele, recomendo descer um pouquinho para conhecer Les Halles, uma região que foi recentemente renovada e agora conta com lugares fofíssimos. Em seguida, ande em direção ao Le Marais, um dos meus bairros favoritos de Paris.

Ele é cheio de casarões históricos, restaurantes legais e lojas únicas. Além disso, é no centro dele que você conhece a famosa Place des Voges, onde fica a casa onde Victor Hugo morava. É possível visitá-la, caso reserve o passeio com antecedência.

Por fim, ande mais um pouquinho e termine o seu dia na Bastilha, uma área super comercial que conta com a Colonne de Juillet. Por mais que a Bastilha seja mundialmente conhecida por ter a prisão símbolo da Revolução Francesa, a Colonne homenageia a revolução de Julho de 1830 (só para você não se confundir durante a visita).

Dia 4 | Palácio de Versalhes, Jardins de Monet ou Eurodisney

Recomendo fortemente tirar um dia para fazer um bate-e-volta e conhecer os arredores de Paris. As opções mais conhecidas são o Palácio de Versalhes, do qual eu já falei aqui, e a Eurodisney, que tem um post só para ela. Ambos podem ser alcançados com os trens RER, que circulam no centro de Paris.

Outra possibilidade é a cidade de Giverny, muito famosa por ter a casa e os jardins de Claude Monet. Ainda não a conheci. Mas tenho grandes planos.

Um destino pouco recomendado é a cidade de Provins, que estava nos meus planos para a última visita que fiz à Paris. A cidade medieval fica a 90km da capital e pode ser alcançada de trem de maneira fácil. Por uma questão simples de amo Paris e quero passar o máximo de tempo aqui, adiei minha visita para a próxima viagem.

Mas não recomendo que você faça o mesmo.

Dia 5 | Torre Eiffel, Champs-Elysées, Ópera Garnier, Galeries Lafayette, Boulevard Haussmann e Museu Fragonard

Quem me conhece sabe: não sou muito fã da Torre. Gosto muito dela para compor o cenário. Tê-la aí faz sentido. Assim como o Cristo faz sentido no Rio de Janeiro. Mas subi-la? Não faz muito meu gosto.

Contudo, imagino que você vá querer. Então minha dica é: confira como estão as regras de segurança (muito mudou desde 2013, quando subi na Torre Eiffel. Em 2018 só passei por lá e tudo estava diferente), compre seu ingresso antecipadamente e chegue cedo. Cedo tipo 07h. Para tirar as fotos que eu sei que você quer e conseguir o mínimo de fila possível.

Depois do rolê mais turista de Paris, recomendo seguir nessa vibe e caminhar um pouco até a Champs-Elysées. Não gosto dela. Não acho que seja a avenida mais bonita do mundo. Mas ela começa no Arco do Triunfo e termina na Praça da Concórdia, o que vale muito a pena. Assim como seus arredores, que são absurdamente lindos.

Os prédios da região, eles sim, eu creio serem os mais bonitos de Paris. Se quiser aproveitar para tomar o que eu chamo de melhor sorvete do mundo, pare na Jeff de Bruges e peça o sorvete de baunilha de Madagascar. Na casquinha.

Recomendo continuar andando e chegue até o Boulevard Haussmann, com suas avenidas largas e duas grandes atrações: o magnífico prédio da Ópera Garnier e a Galeries Lafayette, que na minha opinião, conta com a melhor vista de Paris, a partir de seu terraço.

Aproveite a região para visitar um museu pouco conhecido, mas muitíssimo interessante: o Musée du Parfum. Ele tem instalações lindíssimas e conta a história do perfume de forma bem visual e interativa. Vale a pena.

 

Extra: Parc des Buttes-Chaumond, Cité de l’Industrie, Montparnasse, Catacombes, Musée Rodin