Roteiro de três dias em Montevidéu: dicas de passeios, trajetos e lugares fofos para conhecer
Se existe uma cidade perfeita para se conhecer em três dias, essa cidade é Montevidéu. Eu recomendo ficar mais dias? Claro que sim. Mas se a sua realidade é a de viajar para o Uruguai em um feriado de sexta ou de segunda, como foi o meu caso, e passar três dias em Montevidéu, pode ficar tranquilo. Vai dar pra ver muita coisa nessa cidade gracinha da América do Sul.
Mas primeiro vamos a algumas informações práticas sobre a cidade.
Moeda, transportes e logística em geral
Montevidéu é uma capital com cara de cidade pequena. É uma delícia andar pelas ruas tranquilas e pelas ramblas, que percorrem toda a orla do Rio da Prata. Mas também é legal se aventurar pelas avenidas cheias do centro e as multidões do Shopping Punta Carretas.
Dito isso, você precisa entender que a dinâmica da cidade muda. O tempo todo. Em geral, as ruas nem mesmo possuem faixas de pedestres, e os motoristas vão parar para você. Mas isso não é a regra do centrão. Nem da região das Ramblas, se o trânsito estiver um pouco mais intenso.
Talvez você entre em uma rua completamente vazia na região do Parque Rodó, para dois minutos depois se deparar com uma avenida mega movimentada. Também é possível que você veja a cidade mudar completamente de atmosfera conforme as horas do dia passarem. Mas existe uma constante. Uma certeza. Os locais sempre estarão com o seu chimarrão. Cuia e garrafa térmica para onde quer que vão? Sim, senhora.
Moeda local e custo de vida
A essa altura do campeonato você já deve saber que a moeda corrente é o peso uruguaio. E aqui as dicas são mais gerais: leve apenas o mínimo necessário de pesos. Para o restante do dinheiro, leve em real e troque em casas de câmbio de lá. Contudo, talvez você não precise de mais do que o equivalente a uns 300 reais se só ficar três dias em Montevidéu.
Isso porque usar o cartão de crédito costuma valer muito a pena. Em restaurantes e locadoras de carros, o IVA, imposto parecido com o nosso ICMS, não é cobrado de estrangeiros que pagarem a conta com cartões internacionais, sejam eles de crédito ou débito.
O desconto é de aproximadamente 22%, o que compensa o IOF e te faz economizar alguns dólares na conta final. Principalmente porque nem Montevidéu nem o Uruguai, no geral, são baratos. Achei os valores da capital bem semelhantes aos de São Paulo, o que significa que eles são caros.
Você não vai precisar fazer mil malabarismos e economias como faria em Nova York, mas vai ter que dar uma seguradinha no cartão se não quiser gastar demais.
Como se locomover dentro da cidade
Os ônibus são o único meio de transporte público da cidade, e funcionam muito bem! As linhas são intuitivas (as que vão para o Centro se chamam Centro, as que vão para o Parque Rodó se chamam Parque Rodó). Mas além disso, a prefeitura dessa cidade mara tem um aplicativo, o Cómo Ir, que te indica certinho quais ônibus pegar e onde descer.
Você só precisa desse aplicativo e de mais três informações: a primeira é que a maioria dos coletivos não têm cobradores, então você vai pagar para o motorista. A segunda é que existem tarifas diferentes para cada trajeto. Então você vai ter que informar ao motorista onde você vai descer. E a terceira é que, depois de pagar, o leitor de cartão vai emitir um papelzinho. Ele é o seu comprovante da compra, então o guarde com você até o final da viagem.
Se você preferir carros particulares, também vai encontrar opções. Táxis funcionam normalmente na cidade, assim como serviços de motoristas por aplicativos, como Uber. Eu gosto de usar transportes públicos por vários motivos, que vão desde economizar até me inserir mais na rotina da cidade onde estou. Mas às vezes a gente cansa e, no fim do dia, só quer um táxi confortável.
Mapa de bairros
Com todas as informações básicas sobre a cidade em mãos, vamos aos bairros de Montevidéu. A região turística da capital uruguaia pode ser entendida como uma mancha que começa no centro histórico, lá na Ciudad Vieja, e vai até a região de Pocitos. Ela passa pelo Parque Rodó e por Punta Carretas, e talvez se estenda um pouco ao norte, até o Estadio Centenario, e um pouco mais a leste, na parte de Carrasco.
E em um passe de mágica, seu mapa-guia para organizar seus dias no Uruguai está prontinho. Porque você não precisa de nada além dessa belezinha aí em cima.
Eu recomendo dividir os dias assim: um dia inteiro para o centro. Um dia inteiro para Parque Rodó, Punta Carretas e Pocitos. Por fim, meio dia para relaxar em uma praia, caso vá nos meses de calor, ou meio dia para conhecer a região de Carrasco, Cordón, o Estadio Centenario ou algum outro ponto, mais afastado, que você queria visitar.
Assim, você consegue coordenar os trajetos de forma a não precisar rodar a cidade toda em um dia só. Se estiver hospedado no centro, basta caminhar no primeiro dia para chegar até as atrações. Se estiver em Pocitos, vinte minutos em um ônibus resolvem a questão.
Roteiro de três dias em Montevidéu
Vou morrer repetindo que não gosto de roteiros prontos e pouco personalizados. Mas vou deixar o meu aqui porque, particularmente, achei que ele ficou ótimo e super se encaixou com o tempo que eu tinha e com a dinâmica da cidade. Não fiz tudo o que está nele, mas acontece também, né?
No terceiro dia eu estava cansada demais para pegar ônibus e ir para a praia ou para o centro. E tudo bem também.
Dia 1: Centro, Ciudad Vieja, muitos museus e livrarias
Antes de fazer algo mais direcional e generalizado, deixem-me falar um pouquinho da minha experiência. Como meu hotel, o Ermitage, não tinha café da manhã incluído, aproveitei os dias para conhecer cafés fofíssimos nos arredores de Pocitos e Punta Carretas. E na sexta-feira fui ao Medialunas Calentitas, um café sobre o qual tinha lido coisas maravilhosas.
Falarei mais sobre ele (e todos os outros) em um post separado. Mas deixo aqui registrado que o lugar é todo amor. A decoração é maravilhosa e as medialunas também. Os preços são um pouco salgados, mas pelo que descobri ao longo dos dias, tudo nessa região da cidade é um pouco inflacionado.
Depois disso, peguei meu ônibus e fui até a Plaza Independencia, principal cartão postal da cidade. Mas me permitam falar sobre o meio do caminho. Ali fui descobrindo os ares de cidade pequena que Montevidéu tem. No caminho passei por toda a região de Punta Carretas, Parque Rodó e Cordón, até chegar ao centro. O ônibus ia até Ciudad Vieja, mas decidi descer nas proximidades da Plaza para, depois, caminhar até lá.
Hoje eu repenso um pouco essa decisão, que tomei acreditando que seria uma boa almoçar no Mercado del Puerto. Spoiler: a comida estava ótima, mas eu paguei caro demais pela experiência pega-turista. Seria melhor ter almoçado em um lugar off the beaten path, onde eu pagaria pelo menos metade do preço. Mas seguindo.
Plaza Independencia
A Plaza Independencia é enorme. Com suas famosas palmeiras, é o ponto principal do centro de Montevidéu, sendo rodeada por edifícios importantes e aquela sensação de se estar no coração da cidade.
Ela concentra uma série de pontos turísticos. O que mais chama a atenção é o Palacio Salvo, que construído em 1928, foi considerado o edifício mais alto da América Latina por muito tempo. Sua arquitetura bem eclética (dá para achar características de uma série de escolas ao observar sua arquitetura), ele chama muita atenção e pode, inclusive, ser visitado.
As visitas guiadas acontecem, pelo que pude apurar, toda terça, quinta e sábado, às 15h, 16h, 17h e 18h. Se você tiver interesse em fazer o passeio, que custa 200 pesos, esse é mais um ponto para te fazer começar o dia pela Ciudad Vieja, e depois conhecer o centro.
Além do Palacio, outros edifícios importantes da região são o Museu de la Casa de Gobierno, cuja entrada é gratuita, e a famosa Puerta de la Ciudadela, um dos poucos resquícios do muro que cercava a região da atual Ciudad Vieja de Montevideo.
Mas antes de se aventurar pelas ruas da região mais antiga da cidade, não esqueça de passar no Teatro Solís, que fica à esquerda da Puerta. Inaugurado em 1856, sua fachada possui muitas características da arquitetura italiana e alguns detalhes típicos de teatros históricos. Se você não quiser entrar, vale a pena ficar analisando a sua fachada por um tempinho.
Mas se quiser vê-lo por dentro, a entrada custa 90 pesos (gratuita às quartas) e oferece visitas guiadas de terça a domingo às 16h (todos os dias), 11h e 12h (quartas, sextas, sábados e domingos) e às 13h (aos sábados). Além disso, você também pode comprar ingressos para assistir a algum espetáculo na casa, o que com certeza deve ser uma experiência mega interessante.
Ciudad Vieja
Passando os limites da Puerta de la Ciudadela, você está na Ciudad Vieja. Eu recomendo perambular pelas suas ruas sem um destino certo. Seus prédios antigos têm um ar decadente. E se você já conhece outras capitais latinas, incluindo outras cidades centrais, como São Paulo e Rio, vai identificar as semelhanças.
Dos lugares que você pode visitar na área, eu destaco quatro grupos: os museus, as livrarias, a região da Catedral. Começando pelas livrarias, destaco a Puro Verso, a Moebius e a La Lupa Libros.
A Puro Verso é mais famosa e tradicional, mas não deixa de ser linda (e de ter um restaurante no segundo andar). A La Lupa fica ali pertinho, é menor e tem uma curadoria ótima.
Contudo, a Moebius é a minha favorita. A curadoria consegue ser ainda melhor, isso se você for de humanas, principalmente das sociais, e toda a ambientação é maravilhosa.
Sobre os museus, fui a três: o Cabildo de Montevideo, o Museo de las Migraciones e o Museo del Carnaval. Desses, o único pago é o do Carnaval, que cobra X pesos para residentes do Mercosul.
Os três são incríveis: enquanto o Cabildo foca na história do país, em especial de Montevideo, o Museo del Carnaval te faz conhecer mais esse traço super marcante da cultura uruguaia.
Já que o Carnaval é um evento mega importante no país.
O Museo de las Migraciones, contudo, é o meu favorito. Ele emociona, conta a história das migrações do Uruguai e para o Uruguai e te faz refletir muito sobre a atual discussão sobre o tema. No mundo todo.
Além deles, a região também possui muitos outros museus, como o Museo Andes 1972, sobre o acidente de avião no Chile, o Museo Gurvich, Museo Figari, Museo Historico Nacional, Museo Torres Garcia, Museo Romantico e o Museo de Arte Precolombina y Indigena, se não me esqueci de nenhum.
Por ali também fica, como não poderia faltar, a Catedral Metropolitana de Montevideo, na Plaza Constitución (onde também fica o Cabildo). Ela começou a ser construída em 1790 e é belíssima, vale a pena conhecer.
Ela demorou 14 anos para ser finalizada e, quanto à sua arquitetura, ela carrega muitos traços do neoclassicismo espanhol.
Ainda acontece uma feirinha de artesanatos na Plaza Constitución. Ela é bem bonitinha e tem itens mega bonitos. Mas é caça-turista. Então pense bem antes de deixar seus pesos por lá.
Aqui, dependendo do horário reservado para conhecer o centro histórico, você pode escolher almoçar no Mercado del Puerto. Eu já expliquei que não recomendo a experiência, mas fica ao seu critério. Só adianto que tudo o que você encontrar por lá (chivito, parrillada, etc) você também acha em outros restaurantes do centro.
Eu comi no Cabaña Verónica e a comida estava ótima (tirando que eu paguei mais de R$ 100 em um almoço para uma pessoa e meus cartões não queriam passar nas maquininhas de lá, ou seja, quase tive que lavar pratos).
Escolhi um chivito, que estava realmente muito bom, e fiquei satisfeita com a comida e o atendimento. Mas não com a experiência pega-turista. De verdade: quanto menos a gente se submeter a esses programas que pasteurizam experiências e passam ideias estereotipadas do lugar visitado, mais a gente consegue uma viagem autêntica. Porém, tudo é questão de gosto e expectativa, e não existe forma certa ou errada de viajar, né?
Centro
De volta ao centro, eu recomendo uma caminhada pela Avenida 18 de Julio, passando por lugares como a Plaza Juan Pedro Fabini, Plaza Cagancha, Museo Pedagogico José Pedro Varela, Palacio Municipal e Museo de Historia del Arte.
Por ali, eu caminhei muito e fui ao Museo de Historia del Arte, mas também queria ter entrado na prefeitura. Na cobertura do prédio funciona um mirante, que dizem ter uma vista fantástica de Montevideo. Por azar, quando cheguei lá ele estava fechado. Então, para não cometer o mesmo erro que eu, sempre pesquise horários e dias de funcionamento antes de colocar um local em seu roteiro.
Sobre o Museo de Historia del Arte: ele vale muito a pena se (1) você ainda não conhece o Louvre e (2) pela parte de arte pré-colombiana.
Isso porque ele possui muitíssimas réplicas, sendo que a maior parte delas eu já tinha visto no Louvre. Então, se esse for o seu caso, pular o museu pode ser uma opção. Não que essa seja uma viável caso você goste de ótimos museus com uma boa curadoria.
Dia 2: Faro de Punta Carretas, Museo del Holocausto, Parque Rodó e Pocitos
Se você dedicou seu primeiro dia a uma programação intensa no centro da capital uruguaia, eu sugiro um roteiro um pouquinho mais tranquilo para o segundo dia. Todinho na região de Pocitos e Punta Carretas, distantes uns 20 minutos do centro.
Um dos pólos hoteleiros da cidade, pode ser que você, assim como eu, também se hospede na região, o que facilita todos os deslocamentos. Eu sugiro começar por Pocitos, mas isso fica a seu critério.
Café da manhã em Pocitos
Caso goste da minha ideia, pense em tomar café da manhã em algum café delicinha entre a Plaza Tomás Gomensoro e a Avenida Brasil. Ali você começa a sentir toda a atmosfera dos bairros, que são muito mais tranquilos que o centro e ainda carregam o ar de cidade de interior dos bairros que estão entre os dois polos. Com uma diferença: a rambla e a praia estão bem ali. O que transforma a região em um litoral gostoso, relativamente calmo que te faz querer morar bem ali. Em um apartamento com vista para o rio.
Conheci três cafés da área: o Oro del Rhin, que também tem uma papelaria e livraria maravilhosa no interior, o Porto Vanila e o Nuevo Expresso Pocitos. Eles são bem parecidos, mas alguns detalhes podem te ajudar a escolher o ideal para o seu dia.
O Oro del Rhin é um pouco mais caro que os outros e mais movimentado, contudo, a sua vista para a praia compensa esses pequenos problemas. Além disso, a parte da livraria é maravilhosa. Se você gosta de coisinhas fofas para compor seu material de escritório, aquele lugar será a sua perdição.
Mas ele não é o único com uma bela vista para a faixa de areia. o Porto Vanila também fica na orla, e tem preços ligeiramente melhores.
O Nuevo Expresso Pocitos fica um pouco mais afastado e não tem vista para a água, contudo, seu cardápio é bem mais variado do que o dos outros dois. Por mais que seja o mais caro dos três.
Outra ideia, caso decida inverter o roteiro, é tomar um café da tarde na região. O que também não deixa de ser maravilhoso.
Pocitos, Castillo Pittamiglio, Parque Villa Biarritz e Shopping Punta Carretas
Se você começar o roteiro por Pocitos, saiba que as atrações do bairro podem ser resumidas à praia e ao seu charme, percebido em todos os detalhes das ruas. Por isso, eu recomendo andar muito pelas suas ruas e avenidas, namorar lojas e restaurantes fofos e também caminhar pela rambla!
Tudo isso dá a Pocitos, e toda Montevideo, um ar de cidade pequena e litorânea ao qual é difícil resistir.
Mas, se vocês me permitem recomendar algumas coisas… Na Playa de Pocitos fica o letreiro de Montevideo, então parar para tirar uma foto pode ser uma boa. Além disso, em Pocitos fica a avícola Pollo y Pico (as duas unidades), que vende o melhor alfajor do Uruguai!
Depois de conhecer Pocitos, ande pela rambla até chegar ao Castillo Pittamiglio. Você já estará em Punta Carretas, que fica colado em Pocitos, e sua primeira atração é esse centro cultural, cuja arquitetura chamará sua atenção de longe.
Eu não o conheci porque (1) quando passei por ele, na minha “ida”, ele ainda estava fechado. E (2) quando passei na volta, estava tão cansada que nem conseguiria entrar no castelo. Mas eu recomendo que você se programe para fazer uma visita! Depois, você pode passar no Parque Villa Biarritz, que é bem grandinho e uma delícia.
Além do próprio parque ser um atrativo, ele também é a casa de uma feira, que acontece às terças e sábados das 07h às 16h. Caso você vá passar por lá nesses dias, saiba que ela não é uma feira tradicional. Em suas barraquinhas você vai encontrar muitas roupas, sapatos, livros e brinquedos, além da já-tão-comentada aura de interior de Montevidéu, que também aparece por ali.
Se você já estiver com fome, pode almoçar no Shopping Punta Carretas depois de andar um pouquinho por esse bairro, que é bem parecido com Pocitos. O Shopping é um super ponto turístico por estar localizado onde antes era um presídio, e a construção é realmente bem impressionante.
Para além das opções clássicas de praças de alimentação de shoppings (incluindo McDonald’s e redes locais de fast food, como a La Pasiva), lá você também encontra restaurantes mais sofisticados. Algumas opções são o El Fogón, e o Don Peperone.
Parque Rodó, Museo de Artes Visuales e Playa Ramírez
Minha sugestão para o pós-almoço é a região do Parque Rodó. A qual você pode alcançar andando ou de ônibus/táxi. Eu fui andando porque amo caminhar, principalmente quando viajo. Mas pode ser um passeio um pouco cansativo, então pode ser que um ônibus valha a pena.
Comece pelo famoso Parque Rodó. Ele fica em uma área bem chiquezinha de Montevidéu, próxima de Punta Carretas e Pocitos, e tem algumas coisas para você fazer lá dentro.
Ele foi construído em 1889 e tem um lago com pedalinhos, um Museu incrível e gratuito (o Museo de Artes Visuales), uma biblioteca infantil e muitos espaços gramados, onde você pode fazer um piquenique no meio do dia. Ou só descansar mesmo.
Bem na frente dele fica a Playa Ramírez, bem movimentada e uma opção viável caso você vá no verão e queira uma praia mais central para curtir.
Monumento al Holocausto, Faro de Punta Carretas e Museo Juan Zorrilla
Com o final da tarde se aproximando, caminhe desde a Playa Ramírez até o Monumento al Holocausto, que fica na beira da praia. O nome dele é autoexplicativo. e estar ali te faz sentir uma energia diferente.
Talvez seja o assunto em si. Talvez a disposição e organização dessa homenagem. Não sei muito bem. Mas recomendo a todos a visita. Nunca é demais pensarmos em fatos tão pesados da nossa história. E esse lugar é um ótimo complemento ao Museo de las Migraciones.
Uma boa ideia é conhecer o Museo Juan Zorrilla antes do sol ameaçar ir embora. E você já vai entender o motivo. O museo fica na antiga casa de veraneio do poeta que dá nome ao museu. Lá você vai encontrar os móveis de Zorrilla, exposições temporárias e também uma exposição fixa, com esculturas de seu filho José Luis Zorrilla de San Martín.
Depois de mais uma sessão cultural, a ideia é caminhar até o Faro de Punta Carretas e subir até o seu topo para ver o pôr do sol no Rio da Prata. Ele fica aberto até às 18h30 e vale a pena conhecer, mas saiba que a caminhada até o farol e, depois, de volta à rambla pode ser intensa. Você também pode chegar até lá de carro, caso não confie no seu condicionamento físico. O que é sempre muito válido.
A entrada é bem baratinha e custa só 25 pesos. Praticamente um valor simbólico.
Dia 3: Feria Tristán Narvaja e Playa Malvín
Com o ritmo dos últimos dois dias, a essa altura do campeonato você já vai estar bem exausto. Por isso, se estiver na cidade durante o verão, recomendo dois programas bem tranquilinhos: Feria Tristán Narvaja ou Playa Malvín, e talvez os dois se o domingo for um dia disponível na sua agenda.
Sabe a Feria de San Telmo, em Buenos Aires? A Feria Tristán Narvaja é a sua versão uruguaia, em termos leigos. Uma feirinha de antiguidades no centro, a qual não tive a oportunidade de conhecer porque meus pés estavam cheios de bolhas. Era o meu plano? Sim. Deu certo? Não. Mas espero que para você dê certo.
Ela acontece nas imediações da Rua Dr Tristán Narvaja, 1545, na região central de Cordón, das 09h às 16h. Se eu fosse você, me organizaria para ao menos dar uma passadinha por lá.
A outra opção, ou o complemento para a tarde de um domingo delícia, é a Playa Malvín, ou qualquer outra praia do Rio da Prata. Fiz uma extensa pesquisa sobre praias antes de viajar, e a que eu mais gostei foi a Malvín, que fica entre Buceo e Carrasco. Ela parece ser bem gostosa e ter uma atmosfera muito tranquila. Mais uma vez, tive que mudar meus planos de domingo porque não aguentava mais andar. Mas ainda tenho muita vontade de conhecê-la.
Esse pode ser um ótimo programa para descansar, ficar pensando em absolutamente nada e curtir um pouco do sol e da areia de uma praia de rio. Mas ela não é sua única opção. Outras praias legais em Montevideo incluem a Playa la Verde, a Playa Buceo, a famosa e badalada Playa de Pocitos e a Playa Ramírez, que fica bem na frente do Parque Rodó, como eu expliquei anteriormente.
Todas são boas ideias para complementar seu dia antes de, por fim, pegar o avião de volta para a sua cidade. Bem feliz de conhecer um lugar novo, espero eu.
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