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Museus do Centro de Santiago: Museu Chileno de Arte Pré-Colombina, Museu Histórico Nacional e Museu de Belas Artes

O centro de Santiago é lotado de museus, como eu já contei nesse post aqui. Mas se você está procurando os três principais, entrou no link certo! O Museu Histórico Nacional, o Museu Chileno de Arte Pré-colombiana e o Museu Nacional de Belas Artes são os mais conhecidos museus dessa região de Santiago, e foram justamente os que eu visitei.

Nesse post falarei detalhadamente sobre cada um deles. Espero que as informações e dicas te ajudem a montar o seu roteiro por Santiago!

ATENÇÃO: Os horários de funcionamento indicados são referentes ao período pré-pandemia. Atualmente, alguns museus já reabriram com horários reduzidos e agendamentos. Para saber mais informações, entre nos links dos campos “mais informações”. Lembrando que o Chile continua com as fronteiras fechadas para o Brasil.

Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana

Bem pertinho do Museu Histórico Nacional fica o Museu Chileno de Arte Pré-colombiana – ou o Museo Chileno de Arte Precolombino. No meio do centro histórico, seu prédio está ligeiramente escondido, mas eu juro que é fácil de achar! E que colocar os pés lá dentro vai valer muito a pena.

A entrada é paga, mas nada é absurdo demais. É tipo o MASP aqui em São Paulo, sabem? E quando você começar a visitar as salas, vai sentir que seu dinheiro foi muito bem investido. Isso porque o Museu, focado nas manifestações artísticas pré-colonização, possui um acervo maravilhoso.

Enfim, são duas exposições permanentes que recontam, com riqueza de detalhes, a história de alguns povos pré-hispânicos através da arte. As peças ficam organizadas em dois grandes espaços – o subsolo e o primeiro andar, nas exposições “Chile antes de Chile” e “América Precolombina en el Arte”, respectivamente. Ademais, no primeiro andar você encontra a bilheteria, a biblioteca, um café e exposições temporárias.

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Chile antes de Chile

Já se imaginou diante das múmias mais antigas do mundo? Ou de enormes esculturas de madeira do povo Mapuche? Porque essas são algumas das peças que você vai encontrar nessa sala. Escura, gelada e rica em história, ela te propõe uma viagem pelos tempos assim que seus olhos se acostumam com o ébano. Ali, minha cabeça se abriu para um mundo de novas informações. Que fizeram do resto da minha viagem muito mais consciente.

Exposição Chile antes de Chile do Museu Chileno de Arte Pré-colombiana. Em destaque, estátuas de madeira Chemamülles do povo Mapuche.

Estude bem os panfletos, passe uns bons momentos analisando e memorizando a linha do tempo. E então deixe a enorme diversidade étnica do Chile pré-colombiano invadir seus neurônicos. Como diz o texto introdutório dessa ala do museu, “esta mostra nos recorda que seus genes, manifestações artísticas e epopeia formam parte de nossa identidade como chilenos”.

Depois, fiquei uma horinha por ali, lendo as descrições de cada objeto, admirando seus detalhes e absorvendo os séculos e milênios que existem entre você e aquelas cerâmicas, peças de roupas e adornos culturais. Museus têm a mágica capacidade de nos colocar no nosso devido lugar. E isso é muito bom. Reconhecer a antiguidade, suas culturas e conhecimentos, é também reconhecer a humanidade na contemporaneidade. E lembrar que há laços grandes demais amarrando cada pedacinho desse mundo.

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América Precolombina en el Arte

Agora, já está inteirado sobre toda a diversidade étnica do Chile, está na hora de expandir seus horizontes para toda a América Latina! Suba as escadas, admire o enorme mapa a recobrir a parede que acompanha os degraus e chegue, enfim, à antiguidade do nosso continente.

Exposição América Precolombina en el Arte, com escultura de chamán em destaque

Essa mostra te apresenta uma série de peças culturais e artísticas de vários povos pré-colombianos. Tem ala do Caribe, da Amazônia, dos Andes Centrais, da área Sul Andina, da América Central e Intermediária. Em resumo, uma curadoria que abrange TODA a América Latina!

Caminhe pelas salas e não pule muitas obras, por favor. Leia suas descrições. Observe as datas e regiões originárias. Tente localizar similaridades entre as áreas distintas. Crie sinapses. Deixe seu cérebro buscar referências nas antigas aulas de história e de artes. Aprenda sobre tantos rituais de tantas culturas impressionantes.

Enfim, mergulhe na complexidade da América Latina. Nas suas nuances destruídas pela Península Ibérica. E descubra que, talvez, esse nosso continente precise reconhecer mais o seu passado. Por nosso continente, entenda sua população. E por sua população, pense especificamente na brasileira. Eu sei. Eu sou chata. Falo sobre isso o tempo todo. Mas não pretendo parar. Sinto que algo muito poderoso mora na ideia de “fazer as pazes” com nossos vizinhos.

Endereço: Bandera 361.
Funcionamento: De terça a domingo, das 10h às 18h.
Valores: 8.000 CLP para estrangeiros – estudantes pagam 4.000 CLP.

Mais informações: site oficial do Museu

Museu Histórico Nacional

Agora que você já conhece aspectos do Chile pré-colombiano a partir da arte, que tal andar um pouquinho e se aprofundar na história chilena? O Museu Histórico Nacional é o lugar perfeito para isso! Seu objetivo é “difundir a herança histórica do país”, o que é feito por meio de exposições permanentes e temporárias em um lindo prédio da Plaza de Armas.

Pátio interno do Museu Histórico Nacional, com a fachada interna, amarela, pilastras brancas, portas e janelas dispostas em dois andares, algumas plantas e árvores e um quadro com a imagem da fachada externa do prédio.

O edifício, que antes abrigava a Real Audiencia, hoje conta com dois andares de exposições. São 18 salas temáticas que percorrem desde o Chile pré-hispânico até 1973. Nesse ano, o país sofreu um golpe militar e passou a viver em uma ditadura.

As alas são equipadas com tótens informativos, maquetes, obras de arte, documentos históricos e objetos do dia-a-dia dos séculos passados. Aliás, para mim essa abordagem histórica cultural é o ponto forte do museu. A sua visão acerca da história chilena não é de cima pra baixo, como quem analisa um modelo ou lê um livro didático. Ela é intimista. Te leva para dentro das casas e te apresenta móveis, peças de vestuário e o cotidiano de determinadas épocas.

Ah, não pode tirar foto lá dentro, viu? Só pode fotografar o pátio.

Endereço: Plaza de Armas 951.
Funcionamento: De terça a domingo, das 10h às 18h.
Entrada gratuita.

Mais informações: site oficial do Museu

Museu Nacional de Belas Artes

Arte pré-colombiana? Check. História do Chile? Check. Agora você só precisa de mais um lugar para completar sua formação básica em museus do Centro de Santiago. E esse lugar é o Museu Nacional de Belas Artes, ou Museo Nacional de Bellas Artes (MNBA).

Fachada do Museu Nacional de Bellas Artes, com alguns carros passando no quadrante inferior

E ele te encanta pelos olhos. Primeiro, joga a imensidão da arquitetura contra seus neurônios. O prédio do museu pode ser visto de longe. E quem já foi a Paris reconhece seus traços de imediato. Inspirado no Petit Palais, o palácio que mistura os estilos neoclássico e Art Nouveau foi inaugurado em 1910 para ser casa do museu e da escola de Belas Artes. Mas o museu em si existe desde 1880, em outra localidade.

Além disso, ele é um dos museus mais antigos da América Latina, patrimônio cultural do Chile é tão, mas tão lindo, que vai te deixar de queixo caído. A começar pela escadaria. Depois pelo hall. E enfim, pelo átrio da edificação. Sempre iluminado pela grande cúpula de vidro que recobre a parte central do teto. Sua arquitetura lembra a de uma estufa, e a sensação de estar ali dentro é parecida. Os limites entre interno e externo não são tão bem desenhados assim. A luz do Sol invade as paredes e o chão. E é tão calmo.

A curadoria do MNBA possui, atualmente, mais de cinco mil peças. Elas se rotacionam para exposição na mostra permanente no museu, e são classificadas em oito coleções. São elas: coleção de pintura chilena, escultura chilena, gravuras, fotografia, pintura espanhola, o século do ouro na Holanda, pinturas e desenhos italianos dos séculos XV-XVII e de escultura africana.

Aliás, exposições temporárias também invadem o museu durante todo o ano. E é uma pena não poder fotografar nada lá dentro. Mas fazer o que né?

Endereço: José Miguel de la Barra 650 (Parque Forestal).
Funcionamento: De terça a domingo, das 10h às 17h.
Entrada gratuita.

Mais informações: site do Museu

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