Sozinha Pelo Mundo: te ajudando a fazer sua primeira viagem sozinha!
Minha primeira viagem sozinha aconteceu no susto. Por mais que eu já tivesse feito um intercâmbio, em 2013, não considero que essa foi exatamente uma viagem solo. Até porque a primeira experiência 100% sozinha foi bem diferente do intercâmbio.
Foi em 2018, quando eu nem pensava em fazer uma viagem sozinha. Desde o ano anterior eu planejava uma viagem à Grécia com a minha mãe e minha irmã. A vida foi acontecendo e não resolvíamos nada. Porém, tudo mudou quando minha mãe foi definir as férias dela no trabalho, mais ou menos um mês antes de quando queríamos viajar. E por conta de alguns imprevistos, ela teve que adiar as férias.
Pra mim, foi meio desesperador. Eu tinha um ano de salário guardado. Já tinha garantido minhas férias no trabalho. Um mês. O que eu faria naquele momento? Pensei rápido e decidi em menos de cinco minutos: se não tem ninguém pra ir comigo, vou sozinha.
Planejando minha primeira viagem sozinha
Eu já sabia que queria voltar pra Europa. Então voltei à minha bucket list mental e foi fácil chegar aos destinos: queria muito conhecer a Espanha (mais especificamente Salamanca) e não aguentaria ficar mais um ano longe de Paris.
Por mais que eu tivesse um mês de férias, decidi ficar 15 dias no Velho Continente. Foi uma decisão puramente financeira: eu até tinha dinheiro pra um mês de viagem, mas sou organizada demais pra correr o risco de ficar com pouco dinheiro para emergências.
Sozinha e muito feliz conhecendo Segóvia, na Espanha
Ok, chegou a hora de decidir quanto tempo ficar em cada lugar. Queria pelo menos uma semana na Espanha e uns três dias em Paris. Para comprar as passagens, pesquisei minhas opções e vi que o mais favorável era chegar pela Espanha e sair pela França. E foi o que eu fiz. Comprei as passagens e aí comecei a pensar na distribuição interna de trajetos.
Enfim, decidi ficar três dias em Madrid e uma semana em Salamanca, com possibilidades abertas de viagens de um dia. Reservei os hostels. Comprei as passagens de trem. Comprei a passagem de avião entre Madrid e Paris. Contratei o seguro viagem. Comecei a comprar meus euros. E faltando umas duas semanas pro embarque, eu estava andando em casa quando tive uma revelação: eu ia passar 15 dias completamente sozinha na Europa.
Pré viagem solo: um misto de ansiedade, desespero e empolgação
Viajar sozinha requer muita criatividade pra tirar fotos
Foi ali que, pela primeira vez, eu me toquei no que estava me enfiando. E confesso que bateu um pouco de desespero, sim, no começo. Pensei em todas as coisas que poderiam dar errado. De ficar sem dinheiro a ser sequestrada. Mas pouco tempo depois eu percebi que minha vontade de viajar era mil vezes maior que o meu medo. Que eu estava prestes a viajar, pela primeira vez, pagando tudo com o meu dinheiro. E que eu já tinha planejado a viagem inteirinha!
Então eu realizei que tudo o que eu sempre quis pra minha vida era viajar. E que nunca, em momento algum dos meus até então quase 21 anos, eu tinha colocado a questão da “companhia” na equação. Eu queria viajar. E em um momento de choque, percebi que sempre me via sozinha por esse mundo. Naquele instante, o desespero desapareceu. Evaporou na sauna que se formara em meu cérebro. Afinal, eu estava exatamente onde deveria estar.
Em resumo, essa viagem foi cheia de emoções. Chorei de ansiedade. Tive crises de pânico. Chorei de alegria. De emoção. De felicidade. Corri pelas ruas de Paris sem acreditar que estava mesmo de volta. Fiquei muitos minutos encarando o aqueduto de Segóvia. Me perdi pelas ruelas de Salamanca e sua imensidão dourada. Além disso, ainda reencontrei minha room mate do intercâmbio de Paris em Madrid.
O resultado? Uma pessoa apaixonada por viajar sozinha por aí
Ali eu vivi. Levei meus sentimentos aos limites e foram várias sessões de terapia pra entender qual a relação de todos eles com viajar sozinha. Em suma, essa montanha russa deixou um frio na barriga muito gostoso. Eu queria experimentar mais. Queria colocar minhas dúvidas em prática. Desejava mais do que tudo ver esse mundo com os meus olhos. E em silêncio.
Porque existe algo de muito bonito, político e, de uma forma micro, revolucionário em ser uma mulher que viaja sozinha. A gente passa a vida ouvindo que precisa de alguém pra ser feliz. De um marido. De filhos. Mais do que isso, a gente cansa de escutar que somos frágeis, que não sabemos tomar decisões, que somos emotivas e não conseguimos lidar com situações de crise.
Sair sozinha por esse mundo é o completo oposto do ideal de mulher ao qual somos expostas desde criança. Além disso, é um desafio pessoal e coletivo que, de grão em grão, mostra ao mundo que essa tutela não é mais aceita de forma passiva. E de que a base pra essa estrutura econômica de sociedade em que a gente vive está cada dia mais próxima de ruir. Pra sempre.
Depois dessa viagem à Europa, fui para o Uruguai e para o Chile sozinha. Não fosse o coronavírus, essa lista já estaria bem maior, mas a quantidade não é bem a questão por aqui. Nessas três viagens eu percebi que meu jeito favorito de viajar é estando sozinha. E aos poucos eu me vi obcecada sobre o tema, extremamente feliz em planejar viagens solo e em ajudar outras mulheres que querem se aventurar nesse mundo.
Jornada da viajante solo
Eu costumo brincar que existe uma “jornada da viajante solo”, e que eu tive a sorte de conseguir pular algumas etapas por questões de personalidade, escolhas e características minhas. Mas eu sei que, para muitas mulheres, isso vai ser mais complicado, e a vontade de viajar pode esbarrar em uma série de outros problemas.
Por isso decidi criar o projeto Sozinha Pelo Mundo! Se você quer fazer uma viagem sozinha por esse mundo, eu vou te ajudar a entender em que momento da jornada você está, e como trabalhar para passar pelas etapas e chegar à tão desejada viagem.
Essa não é uma trajetória simples ou linear, e ela vai depender muito de você. Mas eu juro juradinho que vai valer a pena! E aí, topa entrar nessa jornada comigo?
Sozinha Pelo Mundo: pra te ajudar a fazer ao menos uma viagem sozinha!
Esse novo projeto vai ser bem grande. Comecei a planejá-lo muitos meses atrás, e agora, finalmente ele está ganhando forma! Resumidamente, serão ao menos seis meses de muito conteúdo no blog, Instagram e Tik Tok, então se você ainda não me segue nessas redes, pode tratar de fazer isso, viu?
Serão muitos posts, cobrindo todos os temas possíveis sobre fazer uma viagem sozinha, pra te deixar segura e muito bem informada antes de sair por esse mundo. Quero te convencer de que viajar só não é nenhum bicho de sete cabeças, nem perigoso, ou caro, e muito menos triste!
Afinal, essas são as viagens que mais me fazem bem e feliz. E eu sei que não sou a única, tá?