Ilha Comprida: tudo sobre a cidade do Litoral Sul de São Paulo
PorEu sempre quero viajar e sempre vou propor uma viagem. Se ela vai acontecer ou não, depende da minha mãe. Dessa vez, deu certo. E fomos para Ilha Comprida.
Decidindo a viagem
E como essa viagem aconteceu? Bom, o feriado de Tiradentes sempre cai bem perto do aniversário da minha irmã, e como em 2016 ela não queria fazer nada, resolvi que talvez seria legal escapar de São Paulo por alguns dias, mas decidi em cima da hora. Ou seja, a possibilidade de fazer uma viagem longa caiu por terra. Estávamos restritos ao estado de São Paulo, sul de Minas e o trecho Paraty-Angra no Rio.
Depois de restringir o espaço físico, começamos a excluir destinos clichês e que, obviamente, seriam caros para reservar duas semanas antes. Adeus resorts no interior e litoral norte. Enfim, meu pai se lembrou das colônias de férias do clube que éramos sócios, e entre alguns lugares que já conhecíamos e Ilha Comprida, que até então ninguém nunca tinha escutado falar, ficamos com a opção mais legal.
Não me planejei muito nem fiz roteiros. A Ilha é comprida mesmo e tudo a se fazer dependia de carro. Em outras palavras, dependia do meu pai. Então apenas pesquisei os passeios mais legais. Fiz minha mala. E entrei no carro sabendo que rumava a um município 100% em área de proteção ambiental.
Principais informações sobre a cidade
Portugueses invadiram Ilha Comprida ainda nos anos de 1500. Mas demorou mais de 200 anos para a o povoamento da localidade começar, com uma “organização” de acordo com os moldes da colônia. Dessa forma, por volta de 1770, a região de Ilha Comprida nasceu como Vila de Nossa Senhora da Conceição da Marinha. Até que, depois de muita água rolar, a cidade conseguiu sua emancipação em 1991.
Com 74km de extensão, hoje o município de dez mil habitantes é inteirinho uma Área de Proteção Ambiental Estadual (APA). O que significa que você vai encontrar muitas áreas intocadas na sua viagem. Isso inclui uma imensidão de praias limpíssimas, preservadas e vazias. As duas últimas dunas de São Paulo. Pássaros a perder de vista. Os ecossistemas do Lagamar. E finalmente, uma paz que não é tão simples nas cidades de praia do estado.
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Primeiras impressões: chegando em Ilha Comprida
Eu cheguei lá de carro e pelo trajeto mais clássico: Rodovia Régis Bittencourt + Rodovia Professor Casemiro Teixeira. A primeira parte foi tumultuada e cansativa. A rodovia estava em fase de duplicação, é perigosa e era feriado. Ficamos horas parados sob o sol, exercitando a paciência que aprendemos com os vendedores de água e carregadores portáteis pelo caminho.
A segunda estrada, por sua vez, foi habitada única e exclusivamente pelo nosso carro durante todo o tempo. Deserta, ela corta várias cidadezinhas e tem um visual incrível: o primeiro trecho é rodeado por árvores e nada mais. O segundo, abandonando a vegetação mais densa, acolhe os enormes campos com montanhas ao fundo, com um lago aqui e outro lá e sinais de que o litoral se aproxima.
Depois de quase sete horas de estrada, chegamos em Iguape. E nos perdemos na cidade até finalmente entrarmos em Ilha Comprida e nos perdemos de novo. Culpa do Google Maps que indicou um endereço errado para a colônia, juro.
Oi, praia!
A primeira impressão que você tem da cidade é que ela sustenta todos os clichês litorâneos. Bicicletas, calcadões, feirinha de artesanatos e artistas de rua. A grande diferença é a quantidade de turistas. A maioria das placas de carros é da própria região. Quando não de Ilha Comprida, são de Iguape, Cananeia ou de Cajati. Algumas da região de Sorocaba e outras raras de São Paulo compõem os estacionamentos, mas deixam claro que o turismo é muito mais local e restrito.
Além disso, o burburinho da Baixada Santista e das cidades mais badaladas do Litoral Norte simplesmente não existe. Ruas abarrotadas e calçadas que mais parecem a estação da Sé sentido Itaquera às 18h? Não faço ideia do que sejam. O clima praiano se mistura com a atmosfera de cidadezinha de interior em algo que eu nunca vira antes. É gostoso andar pela orla. Se você ignorar os carros com músicas altas, desrespeitando uma lei que é exibida em letras garrafais em cada esquina.
Boqueirão Norte
Já era quase cinco da tarde quando saímos para comer, e como a colônia fica bem no centro da cidade, no chamado Boqueirão Norte, fomos até a avenida principal, a Copacabana. Depois de passar pela lista de melhores restaurantes do TripAdvisor, escolhemos a Panificadora Cajara. Ela tem ótimas avaliações e faz aquele estilo de padaria + restaurante + mercado, bem comum aqui em São Paulo, e perfeita quando não se conhece muito bem o local.
Nossa primeira experiência foi ótima, e eu só não diria perfeita pelos preços um tanto quanto salgados, por mais que completamente compreensíveis.
Por fim, nosso dia então terminou na praia central da cidade, a Praia do Encanto, com uma consideração muito legal. O que mais chama a atenção é a limpeza da praia. Não há sujeira. As pessoas realmente guardam o lixo e descartam na lixeira mais próxima, e falando do litoral de São Paulo, isso é raro. Falo porque conheço muitas cidades, tanto do litoral Sul quanto do litoral Norte, e na alta temporada e em feriados é desanimador olhar para a areia da praia.
Em Ilha Comprida não. Lá, as únicas coisas são folhas de árvores, galhos e conchas. Depois de ficar embasbacada com a limpeza da praia, era hora de ver o sol se pôr. Na realidade, ele não se põe na praia, mas no sentido contrário do mar. Contudo, a vista ainda é incrível, e o visual na praia fica absurdamente lindo.
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