O que fazer em Paraty? Guia completo da cidade
Estive em Paraty em Janeiro de 2012, por seis dias, e cá estão todas as principais informações para quem ainda está um pouco perdido quanto ao básico dessa cidade e não sabe o que fazer em Paraty. Ela é incrível e, até agora, está em segundo lugar na lista de melhores lugares do mundo. Ela só perde para São Paulo – qualquer uma perderia.
Onde?
Paraty, Rio de Janeiro, Brasil (Sudeste), América do Sul. É a primeira cidade fluminense desde São Paulo e a última desde o Espírito Santo. Se você está em Ubatuba e quer passar só um diazinho no séculos passado, eu recomendo altamente.
Quando ir a Paraty?
Vai depender do que você quer fazer na cidade. Pode ser na época da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, entre Julho e Agosto. Pode ser durante os meses de verão, para aproveitar ao máximo todas as praias, trilhas e cachoeiras. Pode ser no Outono ou na Primavera para conseguir preços mais amigáveis e uma cidade um pouco menos lotada de turistas.
Como chegar?
Vamos começar do básico: onde você está? Se você for do Rio e estiver de carro, serão 250km pela BR-101 em menos de quatro horas. Se a opção for o transporte rodoviário, pegue o ônibus da Costa Verde na rodoviária Novo Rio.
É de São Paulo? De carro, serão cerca de quatro horas e alguns minutos de viagem divididas em três partes: a primeira, até Taubaté, pela BR-116. A segunda é a descida da Serra do Mar, pela BR-383 e, finalmente, a terceira parte: uma viagem beira-mar pela BR-101 a partir de Ubatuba. O trecho é lindo, eu garanto!
Vai de ônibus? A Reunidas Paulista opera no Terminal Rodoviário do Tietê. Dá pra chegar lá de metrô, se assim como eu você também conta moedinhas para viajar.
Minas Gerais
Se você for de Minas, quero que, inicialmente, saiba que eu te invejo MUITO. Agora saiba que eu te invejo muito porque você tem a incrível opção de chegar a Paraty por meio da Estrada Real <3.
Saindo de Ouro Preto, é possível percorrer inúmeras cidades históricas de Minas durante o caminho até Paraty, e eu não vou me prolongar muito porque não tenho o conhecimento necessário para falar, mas deixo alguns links super completos para quem quiser: Matraqueando e fórum do Mochileiros.
Agora, se você residir em estados mais afastados, tudo vai depender da sua disposição e gosto por road trips. Sempre há a opção de ir de carro ou ônibus, mas não nos esqueçamos de uma incrível invenção brasileira: o avião! Os aeroportos mais próximos são os do Rio de Janeiro: Galeão e Santos Dumont, e, a partir deles, rola alugar um carro no próprio aeroporto ou se deslocar até a rodoviária para pegar um ônibus.
Transfers
Claro, também é possível contratar um transfer, seja de uma agência de turismo ou do próprio hotel. Mas eu acredito que vale a pena colocar na balança o custo-benefício. Com experiências próprias, posso dizer que não valia a pena MESMO contratar um transfer do aeroporto de Porto Alegre até Gramado, por exemplo, juro que me assustei com os preços passados pelo hotel.
Por outro lado, em Buenos Aires valeu a pena: os dois trajetos (aeroporto-hotel/hotel-aeroporto) saíram bem mais barato do que o esperado para um táxi.
No meu caso, fui de ônibus. Pegamos o ônibus no Terminal Tietê e a viagem foi bem tranquila, com duas paradas – uma em Paraibuna e outra em Ubatuba, tanto na ida quanto na volta.
Onde ficar em Paraty?
A cidade conta com inúmeras opções de hospedagem. Desde luxuosas pousadas até hostels que abrigam jovens do mundo todo, passando por hotéis bed&breakfast e pousadas mais afastadas do centro. Mas para quem quer a total experiência de uma viagem de ecoturismo, tenho uma boa notícia: muita gente busca as praias paradisíacas de Paraty para acampar na areia.
Como em toda e qualquer viagem, a questão da hospedagem sempre está em perguntas que terão sempre a mesma resposta: depende. Depende do quanto você quer gastar. De qual tipo de turismo quer fazer no destino. De onde prefere ficar. Se está de carro ou não. Se a cidade é grande ou não. Se você é exigente ou não. E de se em se, qualquer um começa a demonstrar indícios de loucura.
Minha primeira dica é: abra um mapa da cidade e deixe em um aba no navegador, nos prints do celular ou nas imagens salvas do computador. Depois, comece a pesquisar sobre os bairros da cidade e de seus atrativos turísticos, sempre os localizando no mapa. Após certo tempo de pesquisa, você já terá adquirido certo conhecimento em relação à geografia da cidade, e a partir daí, tudo ficará mais fácil.
Mapa da cidade
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- Portal das Artes – para quem quer ficar um pouco afastado do centro e está de carro.
- Rodovia Paraty-Cunha – para quem quer distância mesmo.
- Jabaquara – amantes de praias, essa é pra vocês.
- Centro Histórico, Caborê, Pontal e Bairros Próximos – basicamente para quem quer ficar próximo/no centro mesmo, com a diferença de que os bairros que não o próprio Centro podem ser mais calmos e silenciosos a noite.
Preços
Eu fiquei na Pousada Villa Harmonia, no bairro Caborê, bem pertinho do Centro. Ela é ótima e tem preços muito bons também!
Já a questão dos acampamentos é outra história. Nesse site aqui você encontra todos os campings da cidade para os que são aventureiros, mas nem tanto assim. No mais, o lugar mais conhecido para se acampar na praia é Trindade, com várias praias maravilhosas para você chamar de casa por uns dias.
Porém, os campeiros costumam mesmo é montar suas barracas em praias afastadas, cujo acesso só é possível por meio de trilhas ou barcos – como em algumas ilhas. Algumas encontradas nas minhas pesquisas foram as praias Martim de Sá e a Praia do Sono.
Onde comer?
Restaurantes não faltam em Paraty, então eu preciso te incentivar a percorrer as ruas de paralelepídeos atrás de jóias escondidas. Ma,s por experiência própria, tenho que recomendar a Cervejaria Caborê. Com várias opções de pratos, ela conta com preços acessíveis – e sim, foi o lugar onde jantei durante quase todos os dias da viagem.
Além disso, o restaurante Comida Caseira mais Gostosa de Paraty, antigo Tempero Brasileiro, na Rua José Vieira Ramos, tem ótimas recomendações no TripAdvisor. Assim como o restaurante Lima Bistrô, na Marina Porto Imperial, o Oui Paraty, na Rua Santa Rita, e o Manuê, na Rua João do Prado.
Como se locomover em Paraty?
Paraty é, relativamente, pequena, o que facilita a locomoção de turistas que não contam com um carro. Além disso, há sempre a alternativa do transporte de agências de turismo. Mas para quem não gosta desse tipo de serviço, preciso dizer que é possível ir para todo e qualquer lugar da cidade por meio dos ônibus coletivos que saem do Terminal Rodoviário.
Tudo bem. Com o recente e muito triste acidente entre Trindade e Paraty com o ônibus da Colitur – que realiza o transporte na cidade, fica um pouco difícil recomendar o serviço, ainda mais com a série de irregularidade encontradas nos ônibus da empresa. Mas foi com a Colitur que eu e minha mãe saímos de Paraty e passamos um dia em Trindade sem problema nenhum. Contudo, não sabemos se confiaríamos novamente na empresa em uma viagem futura.
Outra alternativa é utilizar os serviços de táxis da cidade. Mas tenham em mente que não há taxímetro em nenhum deles, então o preço cobrado será, sim, arbitrário. Há uma lei que obriga o uso dos taxímetros, mas notícias e relatos já me informaram que, muitas vezes, tal lei é desrespeitada.
O que fazer em Paraty?
Sabe aquelas cidades que são capazes de encantar todos os tipos de pessoas? Paraty é uma delas. A não ser que, claro, você seja um apaixonado pela modernidade de cidades do século XXI.
Acervo histórico-cultural? Check.
Ecoturismo? Check.
Vida noturna? Check.
Turismo gastronômico? Check.
Turismo Histórico
A começar pelo turismo histórico. O Centro Histórico é uma verdadeira viagem no tempo aos séculos coloniais, com construções super antigas e fofas que encantam qualquer um! Mencionei as ruas de pedra? As inúmeras igrejas? Em poucas horas é possível conhecer o centro e se encantar com casa casinha, mas uma visita mais detalhada pode demandar um pouco mais de tempo.
Centro Histórico
São 33 quarteirões em ruas de pedra, onde na maioria das construções hoje coexistem o século XVIII e o comércio. Ateliês de arte, restaurante, lojinhas de souvenirs e inúmeros outros estabelecimentos que trazem ainda mais vida às portas coloridas.
Alguns dos lugares que você pode conhecer são as Igrejas de Nossa Senhora dos Remédios, de Santa Rita do Rosário e São Benedito e de Nossa Senhora das Dores.
Além disso, há a Casa de Cultura e a Biblioteca de Paraty. Mas eu garanto que as surpresas que cada rua guardam te trarão muitas outras descobertas.
Forte Defensor Perpétuo
Mas o turismo histórico não se restringe ao Centro Histórico. O Forte Defensor Perpétuo, com acesso por meio da Praia do Pontal, foi construído em 1703 para proteger a cidade dos ataques piratas. É surreal se deparar com o canhões marcados com a data de 1796 e a coroa real!
Além disso, a antiga Casa da Pólvora hoje é o Centro de Cultura e Tradições de Paraty, que infelizmente estava fechado quando eu o visitei. Mas ele funciona das 09h às 12h e das 13h às 17 de segunda a sexta, e das 09h às 12h e das 14h e 17h de sábados domingos e feriados. Às terças e domingos a entrada é gratuita, porém custa dois reais nos outros dias.
Alambiques
Ainda é possível visitar diversos alambiques pela cidade. Paraty já foi referência na produção de cachaça, e alguns deles são o Coqueiro e o Engenho D’Ouro, ambos na BR-101 sentido Ubatuba. A maioria deles se localiza nas estradas mesmo, então é bom se informar antes quanto ao acesso caso esteja sem carro.
Caminho do Ouro
E, finalmente, o passeio que mais me deixou com vontade de voltar a Paraty: o Caminho do Ouro. Acho que o nome é auto-explicativo, né? Utilizado para escoar o ouro de Minas, o caminho que liga Paraty ao Vale do Paraíba está conservado até hoje e sim, você pode conhecê-lo faça isso por mim.
Porém, para percorrer a rota que passa pelo Parque Nacional da Serra da Bocaina e guarda lindas cachoeiras e uma paisagem exuberante, você vai precisar agendar uma visita no Centro de Informações Turísticas. O passeio por conta pode ser feito, mas é bom ressaltar que alguns trechos estão hoje dentro de propriedades particulares.
Mini Estrada Real
Na Paraty-Cunha há a Mini Estrada Real, algo como o Mini Mundo, para quem conhece Gramado. Um parque temático com miniaturas de monumentos históricos tanto de Paraty quanto de inúmeras outras cidades que fazem parte da Estrada Real. Com destaque para as cidades histórias de Minas.
É um passeio incrível para conhecer o magnífico trabalho do artista Marcelo Ladeira, além de se tornar uma aula de história interessantíssima, guiada pelo próprio criador de todas as miniaturas.
Aberto todos os dias das 09h às 17h30min, custa 14 reais a inteira e 07 a meia, crianças de até 05 anos não pagam. Há um ônibus que passa bem em frente ao parque, então não caiam na besteira de querer ir a pé e quase matar a sua irmã mais nova com o calor do verão fluminense.
Atualização Outubro/2020: Pesquisas me informaram que o parque está fechado, sem data para reabertura, desde antes da pandemia. Não encontrei informações completas, então, por favor se informem em Paraty caso queiram visitar a Mini Estrada Real. É uma pena que o local esteja fechado 🙁
Ecoturismo
Tenho muito medo do tópico de ecoturismo tomar um espaço um tanto quanto gigantesco nesse post. Mas não tenho como poupar palavras: a beleza natural desse nosso Brasil é de tirar o fôlego, e a mãe natureza não economizou em Paraty.
A começar pelas praias. Primeiro, as praias da cidade, depois, as praias acessíveis por meio de barcos, e finalmente, as praias de Trindade.
- As praias próximas ao centro são as do Pontal e do Jabaquara, que podem não ter a beleza-mor comparadas às outras praias, mas são uma delícia para relaxar.
- Agora, se o passeio for guiado por uma escuna, você pode conhecer inúmeros paraísos, como as praias da Lula, Vermelha, Conceição, Santa Rita, Ilha Comprida e Jurumim. Eu fiz o passeio com a Escuna Banzay.
- Enfim, as praias de Trindade. Você pode se encantar à vontade com as praias do Meio, do Rancho, do Cepilho e do Cachadaço – com direito a piscina natural!
Trilhas
Sobre trilhas eu posso falar que eu e minha mãe nos aventuramos a iniciar uma no Parque Nacional da Serra da Bocaina, a partir da Praia do Meio, em Trindade. E voltamos três segundos depois quando vimos o que parecia ser uma cobra ao longe. Eu juro que tento melhorar esse meu lado ecoturista, mas as condições sempre me impedem!
Voltando às trilhas. O site de Paraty, que tem sido de extrema ajuda quando eu não me lembro de certos detalhes ou não tenho conhecimento o suficiente para escrever, me informou das seguintes trilhas:
- Paraty-Mirim > Curupira 4h – Dificuldade: pesada
- Vila do Oratório > Praia do Sono 2h30 – Dificuldade: moderada
- Praia do Meio > Piscina Natural do Cachadaço 45min – Dificuldade: leve
- Praia do Meio > Pedra que Engole 15min – Dificuldade: leve
- Estrada de Trindade > Praia Brava 15min – Dificuldade: moderada
Ou seja, ficou bem claro que há para todos os gostos, certo? Desde um teste de paciência de quatro horas até uma caminhada super de boa em quinze minutos.
Surf, rafting, mergulho e mountain bike
Sobre o surf podemos dizer que as praias do Cepilho e a Brava, em Trindade, além da Praia do Sono são as mais procuradas pelos surfistas e entusiastas.
O rafting pode ser feito na fronteira de Paraty com Angra, no Rio Mambucaba. Para se aventurar no fundo do mar o mergulho é possível em inúmeras praias, como as da Lula, Ilha Comprida, Cachadaço e Paraty-Mirim. Ainda é possível alugar bicicletas para atividades de mountain bike, alugar canoas e caiaques, passar uma manhã no arvorismo e tirolesa, observar aves e fazer jeep tours.
Decidi não detalhar tudo por ser MUITA informação, mas entrem no site de Paraty, lá vocês encontrarão toda a informação necessária sobre os tópicos que eu citei. Além de ser uma fonte incrível sobre a cidade!
Vida Noturna
A vida noturna da cidade fez com que eu me encantasse pela atmosfera regida a muita MPB. As mesas espalhadas pela calçada, os assuntos leves e a boa música podem ser o seu cenário ou apenas plano de fundo. Porque observar as pessoas e a própria vida da cidade enquanto a noite cai pode ser tão incrível quanto ocupar uma daquelas cadeiras.
Para esta experiência você precisa estar no Centro Histórico, onde bares e boates dividem espaço nas ruas de pedra e competem a música ao vivo. A boate mais badalada e conhecida é a Paraty 33, na Rua da Lapa. O Margarida Café reúne todos os gostos na Praça do Chafariz, assim como o Bendita’s, na Rua Dr. Samuel da Costa.
Turismo Gastronômico
Enfim, o turismo gastronômico, um dos grandes atrativos de Paraty. Quer gastronomia local? Muitas opções de frutos do mar para você. Quer um estilo internacional de gastronomia, com opções que vão dos restaurantes italianos aos japoneses? Tem pra você também.
Para os que viajam e buscam uma total imersão na cultura local, o Banana da Terra, na Rua Dr. Samuel Costa, o Casa de Fogo, na Rua Comendador José Luiz, o Bistrô Imperial, na Rua Tenente Francisco Antônio e o Armazém Paraty – onde eu comi um escondidinho de carne seca com abóbora divino, na Rua da Matriz, estão esperando por você com diversas e deliciosas opções de cozinha local.
Seu amor é pela comida tailandesa? O Thai Brasil está ali na Rua do Comércio. Se a gastronomia árabe é a que faz seu coração bater mais forte, então o Istambul, no Shopping Colonial, é o lugar para você deixar seu dinheiro no jantar.
O Pippo fica na conhecida Pousada do Sandi e oferece comida mediterrânea. Para os apreciadores da cozinha francesa, o Voilá Bistrô, na Estrada Paraty-Cunha. O Le Gite D’Indaiatiba, na Estrada Rio-Santos. E o Le Castellet, na Rua Dona Geralda.
Todos os restaurantes foram indicados pelo Férias Brasil e pelo TripAdvisor!
Gostou do guia? Espero que ele tenha ajudado a situar melhor Paraty nos seus planos – e que, em breve, você conheça essa cidade que mora no meu coração.
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