Rio de Janeiro e Região dos Lagos
Quando, em novembro de 2016, começamos a pensar em um destino para janeiro de 2017, o Rio de Janeiro não estava nos nossos planos. Na realidade, eu cheguei a pesquisar alguns preços, mas achei tudo muito caro em comparação com alguns destinos internacionais que tinha em mente. Então, logo descartei a possibilidade.
Mas a vida brinca com a gente e, com uma viagem internacional marcada para a última semana de janeiro, dois dos nossos gatos ficaram doentes e precisamos cancelar tudo. Como eu sempre escolho hotéis que possuem a opção de cancelamento gratuito — normalmente só contrato o hotel se eu puder cancelar a reserva gratuitamente até dois dias antes do check-in — o prejuízo foi menor. Mas eu convido vocês a pesquisarem as taxas de cancelamento de passagens aéreas pela América do Sul.
Bairro da Passagem | Cabo Frio
Sempre há a possibilidade de apenas remarcar a passagem, mas como elas foram emitidas com milhas promocionais, nada valia a pena, então cancelamos, com muita dor no coração, e só nos restou esperar os gatos ficarem bem para voltamos a pensar em viagens.
As passagens para o primeiro destino, Montevidéu, estavam caras demais para o período que a gente tinha disponível: entre 07 e 15 de fevereiro. O Nordeste é impraticável no verão. Faz muito calor na Amazônia no começo do ano. Floripa é complicada demais sem um carro. O surto de febre amarela descartou Minas na hora. Não estávamos na vibe de Curitiba. E sobraram duas opções: Bonito, no Mato Grosso do Sul, ou Arraial do Cabo, um sonho antigo, como eu já falei aqui, e frustrado de 2016.
Então fui determinada pesquisar os preços na Região dos Lagos, e para a minha surpresa, os valores caberiam no nosso bolso. A sugestão de Arraial veio da minha irmã e nem demos muita bola para Bonito depois disso. Foi só combinar as datas, pensar na logística — já que ninguém dirige — e contratar hotéis e passagens.
Ilha do Farol | Arraial do Cabo
Conhecer o Rio de Janeiro, a capital mesmo, era um sonho mais antigo do que conhecer Arraial. Antes dessa viagem já conhecia Angra, Paraty e Búzios, mas era doida mesmo para andar pelas ruas e praias da capital, e como esse desejo era coletivo, dividimos a viagem assim. Dois dias no Rio de Janeiro e quatro dias na Região dos Lagos, com foco em Arraial, mas fazendo base em Cabo Frio porque a cidade é maior e tem mais estrutura.
Rio de Janeiro
Embarcamos na noite do dia 09 de fevereiro, em Guarulhos, num voo da Azul até o Aeroporto Santos Dumont. Depois de um voo rápido demais para a minha pouca maturidade e o melhor serviço de bordo que eu já vi, chegamos no Rio em meio a boatos de greve da Polícia Militar, enquanto a greve no Espírito Santo não parecia chegar ao fim.
Preciso confessar que a tão famosa violência do Rio nunca me assustou ou me fez pensar duas vezes para conhecer a cidade. Mas depois do caos instaurado no ES por conta da greve dos PMs, eu fiquei um pouco receosa. Nada que não tenha sido neutralizado depois de conversar com o taxista que nos levou do aeroporto até o hotel e, principalmente, depois de caminhar tranquilamente por Copacabana mesmo depois das 23h. Quando as pessoas passeavam com seus cachorros, mexiam nos celulares sem olhar para os lados e jogavam futevôlei na praia.
Falando em Copacabana, foi lá que ficamos hospedadas. No Mirasol Copacabana Hotel, que fica na Rua Rodolfo Dantas, literalmente entre a estação Cardeal Arcoverde do metrô e o Copacabana Palace. Foram três diárias, do dia 09 ao dia 11, contratadas em um apartamento triplo standard.
Mas, quando fizemos o check-in, os recepcionistas — muito simpáticos e atenciosos — nos informaram que recebemos um upgrade. Por que raios recebemos um upgrade? Não sei. Só sei que, de repente, tinha uma banheira de hidromassagem e uma sauna dentro do nosso quarto, agora, um apartamento triplo luxo. Estamos ficando bem mal acostumadas com essa história de upgrade de quarto, exatamente como aconteceu durante o cruzeiro em janeiro de 2016.
Ainda vou, como sempre faço, escrever um post só sobre o hotel, mas já adianto que ele é ótimo: bons serviços, café da manhã maravilhoso e localização perfeita. É minha primeira opção para quando voltar ao Rio.
Centro e Jardim Botânico
No mais, nosso tempo na cidade foi curto. Um dia inteiro, dia 10, e metade do dia 11, já que nosso ônibus rumo a Cabo Frio saiu da rodoviária às 20h. Então tínhamos duas opções. Correr contra o tempo para bater ponto nos lugares turísticos ou tentar conhecer poucos locais com tranquilidade. E ficamos com a segunda alternativa.
Confeitaria Colombo
Basicamente, ficamos no bairro do Jardim Botânico no primeiro dia e no Centro, entre a Lapa e a Praça XV, no segundo. Conhecemos o Parque Lage, a Lagoa Rodrigo de Freitas e vimos o dia acabar nas areias de Copacabana, comendo biscoito Globo. Ficamos bestas com a beleza do Theatro Municipal e da Biblioteca Nacional, almoçamos na Confeitaria Colombo e pudemos entrar na sala onde D. Pedro I anunciou que ficaria.
Foi pouco tempo? Pouquíssimo. Mas o suficiente para eu me apaixonar pela cidade, ter certeza que o sotaque carioca é o mais legal do mundo e entender que o estilo de vida que o Rio proporciona é o mais incrível da cidade. Ah, e também tive certeza que o paulistano tem que ser muito invejoso para falar mal do Rio. A cidade é maravilhosa sem dó de ser clichê. O tempo passa de um jeito autêntico. As ondas do mar parecem ditar o ritmo da cidade e chega a arrepiar sempre ver o Cristo lá em cima, de qualquer lugar onde você esteja.
Região dos Lagos
Foi triste entrar no ônibus da 1001, na Rodoviária Novo Rio. Mas ao mesmo tempo, eu não poderia estar mais animada para conhecer as famosas praias de Arraial do Cabo.
Se no Rio pudemos dar uma volta pelos arredores do hotel logo que chegamos, em Cabo Frio as coisas foram diferentes. Cansadas da viagem e com o relógio marcando quase meia noite, só deu tempo de pegar o pijama na mala e cair na cama. Ficamos na Pousada Porto Fino II, entre o Bairro da Passagem e a Praia do Forte, e nossa estadia também foi incrível. Bem no estilo bed and breakfast, recomendo muito para quem viaja no mesmo estilo que a gente. O hotel só serve para descansar, então o quarto tem que ser bem confortável, mas não precisamos de luxo nem de áreas sociais e de entretenimento.
Foram três dias e meio na região, sendo dois em Arraial — o primeiro e o terceiro — na Praia do Forno e no passeio de barco, respectivamente. Um dia em Búzios, na Praia Azeda, porque depois de conhecer a cidade nublada e com chuva, precisávamos voltar com o sol que as praias merecem. E enfim, meio dia turistando em Cabo Frio.
Praia do Pontal do Atalaia | Arraial do Cabo
Eu não tenho palavras para descrever a beleza das praias de Arraial. As fotos da internet não são editadas. O mar é azul mesmo. Transparente. Igualzinho às fotos do mar do Caribe.
A cidade tem poucas praias, sendo a maioria delas acessíveis a pé — ou melhor, de carro. A única cujo acesso só é feito de barco é a Ilha do Farol, que considerada a praia mais limpa do Brasil, é fiscalizada pela Marinha, que organiza a chegada dos turistas à praia: apenas 250 pessoas por vez, durante meia hora.
As duas viagens — porque conhecer o Rio e conhecer a Região dos Lagos são duas experiências completamente distintas, foram incríveis. Cada segundo valeu a pena, inclusive aqueles em que eu gastava pensando “preciso voltar para esse lugar pelo menos uma vez por ano”. Porque se eu pudesse, com certeza seria muito mais feliz.
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