Diário de Intercâmbio em Paris: Place des Vosges, Parc des Buttes-Chaumont e cinema
Este diário de intercâmbio em Paris fala sobre minha última semana na França, quando tive dias mais tranquilos e conheci o Le Marais, a Place des Vosges e bairros mais afastados do centro.
Essa foi, sem dúvidas, uma das melhores semanas do intercâmbio. Ela foi calma, passou devagar, me apresentou pessoas novas e lugares diferentes, como a Place des Vosges. Alguns bairros e museus que não costumam entrar nos roteiros tradicionais de Paris, e que especialmente por isso, ganharam meu coração.
Contudo, se você caiu aqui de paraquedas – seja bem-vindo! – e quer saber mais sobre o intercâmbio, recomendo a leitura dos diários anteriores. Eles estão aqui:
- Dias 1, 2 e 3: residência, aulas e Boulevard Haussmann
- Próxima parada: Quartier Latin, no dia 4
- 5, 6 e 7: Champs-Elysées e Rue de Rivoli
- Dia 8: Torre Eiffel e Cruzeiro pelo Rio Sena
- 9 a 12: Montmartre e Versalhes
- 13 a 15: Louvre e Eurodisney
Dia 14 | Residência
Como muita gente fez o intercâmbio de duas semanas (o meu foi de três), domingo foi dia de me despedir de vários amigos que voltavam para suas casas. O que foi uma sensação estranha, porque eu tinha que pensar que eu dividi tanta coisa com essas pessoas e agora, corria o risco de nunca mais vê-las.
Em compensação, muitas outras pessoas chegaram para o próximo programa de duas semanas. E lá fomos nós para novas apresentações, dinâmicas e amizades. Esse é o resumo do dia 14, que assim como todos os domingos, foi calmo. Tinha o silêncio por todos os lados e os passarinhos dos jardins, enquanto dentro de casa a gente se organizava para a semana, arrumava os quartos e descansava dos dias de aulas e turismo.
Dia 15 | Tour de ônibus por Paris
Segunda foi dia de trocar de nível na escola. Como o curso dura duas semanas mesmo se o programa fosse de três, eu mudei de turma para meus últimos sete dias. E dessa vez, a turma era formada por muitos italianos e eu. Foi uma experiência interessante, principalmente porque àquela altura do campeonato, convivendo diariamente com dezenas de italianos, eu já entendia muita coisa do idioma.
Por fim, à tarde fomos para um city tour de ônibus pela cidade. Que foi muito mais interessante para os estudantes novos do que para nós, que já conhecíamos todos os lugares por onde o ônibus passou. Mas de qualquer forma, foi ótimo revisitar alguns pontos de Paris, como a Notre Dame e o Louvre.
Leia também: Como visitiar o Museu do Louvre? Horários, valores, mapas e mais!
Dia 16 | Parc des Buttes-Chaumont
Na terça, fomos a um dos meus lugares favoritos em Paris: o Parc de Buttes-Chaumont. Ele parece um cenário de filme da Disney, com muitas árvores, cachoeiras, um lago e uma ponte pênsil para completar a vista. Tudo é tão perfeito que fica nítida a artificialidade, o que acentua ainda mais a disneylandialização do lugar.
Ele fica no 19th arrondissement, numa região bem pouco turística, mas pertinho do metrô. Basta descer na estação Botzaris da linha 7B ou na Buttes-Chaumont, da mesma linha.
O parque não é tão turístico quanto a maioria dos lugares em Paris. Então estava bem mais vazio, quase não se ouvia inglês ou outras línguas e a atmosfera era de cidadezinha brasileira de interior. Vários carrinhos e barracas vendiam sorvetes e crepes. Famílias faziam piqueniques e não era preciso se matar para conseguir uma foto sem coadjuvantes por todo o lado.
Dia 17 | Le Marais e Place des Vosges
Quarta foi, basicamente, um dia livre. Apenas o grupo das três semanas, sendo assim, eu e mais 10 pessoas, fomos até a estação Saint-Paul, da linha 1, ali no comecinho da Rivoli, para explorar as ruas do Le Marais.
O bairro é fofo, amorzinho, lugar que a gente visita e já se imagina morando por lá. Nas mansões perdidas em uma rua e outra. Ou nos apartamentos sobre os cafés. Enfim, terminamos a caminhada na famosa Place des Vosges, uma praça lindíssima, rodeada pelo que um dia foi a casa do Victor Hugo – e onde hoje funciona um museu.
O plano era passar um tempinho na Place des Vosges, especificamente na casa do Victor Hugo, mas ele estava fechado no dia, o que surpreendeu inclusive nossa monitora, e então ficamos livres. Aproveitei para comprar macarons e croissant numa padaria ali perto e passear pelas galerias nos arredores. Pra depois descansar na sombra, porque esse foi, de longe, o dia mais quente da minha estadia.
Por isso, finalizei a tarde com um sorvete de baunilha de Madagascar da Jeff de Bruges, que desde essa viagem se tornou meu favorito de todo o mundo.
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Dia 18 | Pós Place des Vosges: Cinema e Promenade Plantée
Andar pelo bairro onde eu estava morando era tão gostoso que passava a sensação de estar em casa, por mais estranho que pareça. E na quinta-feira, quando a caminhada pelas avenidas do 11th foi mais longa, fomos ao Promenade Plantée. Aquele jardim suspenso maravilhoso, que parece um labirinto de flores e é um dos cenários daquele também maravilhoso filme, Antes do Pôr-do-Sol.
Nós fomos andando pelo Boulevard Diderot e depois pela Avenue Daumesnil. Mas a estação de metrô mais próxima é a Ledru-Rollin, da linha 8, e a entrada é gratuita.
Contudo, nossa parada final não era o jardim. Mas o UCG Lyon Bastille, um cinema de rua bem típico de Paris, para assistirmos a Meu Malvado Favorito 2. A experiência foi incrível porque (1) ir ao cinema em Paris era um desejo desde Anna e o Beijo Francês. E (2) eu consegui entender o filme inteiro, em francês, sem ter que pensar ou traduzir primeiro para o inglês.
Na terceira semana eu já entendia tudo e falava bem, mas filmes são diferentes do dia-a-dia e às vezes, quando assistia a alguns na residência, precisava de uma legenda, mesmo se fosse em francês. Por isso, conseguir acompanhar um filme inteirinho foi um grande orgulho pra mim.
Dia 19 | Museu da Ciência e da Indústria e Quartier Latin à noite
Sexta era o último dia com atividades programadas. O que já foi me deixando com aquela sensação agridoce de estar com saudades de casa, mas ao mesmo tempo não querer deixar Paris, que se tornou minha segunda casa.
Eu aprendi tanto, mudei tanto e tomei tanto tapa na cara naquele último mês, que não sabia mais como lidar com a minha vida no Brasil. Como se fosse uma espécie de começar do zero que eu nunca imaginei ter que enfrentar. A gente sempre pensar que o mais difícil é chegar em um lugar novo e se virar, se entender e ser quem você é. Mas a realidade é que a mente pesa mais do que a geografia. E voltar como uma pessoa nova é ter que virar páginas e recomeçar – sem esquecer as marcas de caneta nas folhas anteriores.
O museu
Por fim, depois desse ciclone de pensamentos dentro do metrô, desembarcamos na estação Corentin Cariou da linha 7, já nos limites do 19th e de Paris em si. Fomos conhecer o Cité des Sciences et de l’Industrie. Apenas um dos museus mais incríveis que eu já visitei.
Nossa primeira parada foi o planetário. Com projeções maravilhosas em 3D que nenhum dos dois planetários que eu conheço aqui no Brasil foram capazes de proporcionar. Isso porque sou uma apaixonada por ciência e astronomia tem um lugar bem especial no meu coração.
Ela foi a minha porta de entrada no mundo da ciência, então eu sou uma dessas pessoas que, no planetário, chora do seu lado e você nunca vai entender o motivo.
Depois disso, tivemos o dia livre para visitar qualquer parte do museu que quiséssemos. Áreas dedicadas à física, química e biologia estão por todo o lado e fizeram meus olhos brilharem 100% do tempo, principalmente na parte de genética, com uma parede inteirinha dedicada ao genoma humano!
Quartier Latin
Mas o dia não acabou ali. Não havia nada programado para a noite, mas como era aniversário da Katrina, uma das intercambistas húngaras, fomos jantar no Quartier Latin {meu amor parisiense}.
Descemos na estação Place Monge, da linha 7, e tivemos a noite livre para passear por aquela região maravilhosa, nos arredores da Rue de Mouffertard e Rue du Pot de Fer.
Essa noite guarda uma das minhas lembranças mais gostosas do intercâmbio. Quando eu basicamente passei com as minhas amigas por ruelas e vielas e lugares escondidos que eu nunca encontraria em um guia de viagens. Além de, depois, dar uma volta nas proximidades do Panthéon e dos prédios da Sorbonne.
Dia 20 | Champs-Elysées
Sábado foi um dia mais prático do que de turismo. Voltamos à Champs-Elysées – e não é segredo pra ninguém que não sou muito fã da avenida, para um dia de compras, e foi isso o que eu fiz.
Aproveitei o tempo para comprar mais macarons, tomar sorvete de baunilha na Jeff de Bruges, comprar bolsas pra minha mãe e gastar meus euros restantes em promoções na H&M. Além disso, também comprei presentes que faltavam e me enfiei em shoppings e galerias que eu não conhecia.
Finalmente, quando voltei para casa fiz o que todos fazem nas vésperas da partida. Procurei um aspirador para embalar minhas roupas à vácuo. Eu precisava fazer tudo caber em duas malas, o que não foi fácil, mas rolou. E eu nem tive que pagar peso extra.
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Dia 21 | Au revoir, Paris
Com as malas prontas e um dia cinza, desci a escadaria da residência, em seguida me despedi dos meus amigos e dei tchau para aquela cidade pela janela do carro.
Eu já tinha feito o check-in online, então tudo no aero foi mais tranquilo. Imprimi as passagens e etiquetas de bagagem nos tótens. Despachei as malas. Passei pela revista.
Voltei pelo mesmo aeroporto que cheguei: Orly. E a atmosfera por ali era bem parecida com a que eu presenciei na ida, no Fiumicino. Em um terminal menor e super doméstico, me perdi em chapéus panamá e os ares de férias e voos para a praia. O que em nada combinava com a minha volta para o Brasil, onde as temperaturas batiam recordes de frio em São Paulo.
Enfim, o voo até Roma estava lotado, mas eu consegui um assento na janela e dormi. A parte complicada da história ficou para o Fiumicino – para variar.
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Pesadelo italiano
Eu tive quase nove horas de conexão naquele aeroporto gigantesco e confuso. Então tentei ser o mais prática possível: comprei o que queria no freeshop, comi um lanche e procurei meu portão de embarque.
Depois de andar por quase meia hora, passar pela imigração (que foi tão idiota quanto a primeira: “vai pra onde? boa viagem”) e pegar um metrô para outro terminal, achei o portão e fiquei sentadinha na minha cadeira. Até perceber que mais ninguém ali estava falando português, e como era um voo direto Roma > São Paulo, comecei a desconfiar que alguma coisa estava errada.
Quando fui conferir na tela, meu portão de embarque havia mudado. E lá fui eu e minha gigante bagagem de mão cruzar um terminal inteiro. O embarque, pelo menos, foi rápido. Mas começou a garoar. E quando todos já estavam dentro do avião, com portas em automático, nada aconteceu. Nada do avião taxiar. Nada de alguém aparecer para dar explicações. E foi assim por duas horas.
Duas horas de atraso. Eu sem celular para avisar meus pais que ia chegar mais tarde. Pelo menos deu tudo certo, eu dormi o voo todo e cheguei com pais tranquilos no portão de desembarque. Porque acompanharam o voo todo na internet e já sabiam que ele saíra com atraso.
Links úteis: Place des Vosges e mais
Cité des Sciences et de L’industrie
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